Doença costuma se manifestar em crianças com até um ano de idade, com a ingestão de alimentos com glúten

15/05/2015 16h12 | por Eduardo Santana

Créditos: Pedro de Oliveira/Alep

Créditos: Pedro de Oliveira/Alep

Créditos: Pedro de Oliveira/Alep

De acordo com a gastroenterologista Lorete Kotze, fundadora da Associação dos Celíacos do Paraná – Acelpar, a doença celíaca se manifesta, normalmente, em crianças com até um ano, a partir do momento em que começam a ingerir alimentos que contém glúten ou seus derivados. No entanto, a médica ressalta que a doença pode ser reconhecida em qualquer época da vida. “A demora do diagnóstico pode interferir no desenvolvimento da criança e os sintomas podem aparecer até os dois anos de idade. Mas cada faixa etária tem seus sintomas. Na adolescência o maior problema é a baixa estatura. Na idade adulta tem uma série de pistas como anemia, infertilidade, seguidos abortos, dores articulares e em outros vários lugares. Às vezes ocorre apenas um desconforto, como se fosse uma gastrite”, explica.

Segundo a gastroenterologista, o diagnóstico da doença celíaca é realizado em duas etapas. “Primeiro são feitos testes contra o glúten no sangue e a biópsia no intestino, que vai mostrar de fato a lesão característica. Esses exames mostram as várias gradações da doença, que pode ser leve, moderada e grave. Mas é preciso fazer dois exames”, conclui a médica.

Superando o diagnóstico – A psicóloga Dinadeia Brandalizze explica que após receber o diagnóstico o paciente com a doença celíaca pode desenvolver um quadro de depressão. “A limitação social é muito grande. Porque tudo o que nós fazemos em eventos sociais envolve comida. É um luto. É uma perda. A partir de um determinado dia você não pode comer mais pão, bolo ou pizza. E tem que se adaptar. Os adolescentes sofrem muito e chegamos a diagnosticar quadros graves de depressão e isolamento E durante o tratamento mostramos que existem outras coisas além de comer e que comer é apenas uma parte do processo da vida”, diz.

Dieta e informação – A nutricionista Mariane Rovedo, que foi diagnosticada com doença celíaca, afirma que o único tratamento para uma pessoa celíaca é a dieta. “Tudo o que tiver trigo, aveia, centeio e cevada é proibido. O malte, que é derivado da cevada, também não pode ser consumido. Em casa, o celíaco consegue ter uma alimentação mais controlada, pois ele sabe a procedência dos alimentos. Já fora de casa é mais complicado, porque o glúten pode estar escondido em qualquer lugar. Muitas vezes num restaurante você vai pegar um pedaço de carne com pegador, que pode ter tido contato com uma alimento com glúten, como uma banana a milanesa, por exemplo. Por isso todo o conhecimento é fundamental, pois um celíaco não pode ter contato nem com uma micro partícula de glúten”, diz.

Campanha – A diretora do Conselho Regional de Nutrição, Márcia Regina Messagi Gomes Dias, disse que o seminário desta sexta-feira na Assembleia Legislativa foi fundamental para a sociedade ter mais conhecimento sobre a doença celíaca. “A importância do Dia do Celíaco é muito grande pois ele acaba incentivando a criação de um maior número de campanhas para as pessoas que são celíacas, as que tem sensibilidade ao glúten e paras pessoas que fazem uso indiscriminado do glúten. E até para pessoas que fazem aquelas dietas livre de glúten, sem necessidade. É uma doença sobre a qual a sociedade tem muito pouco conhecimento e, portanto, todo o debate é bem vindo”, disse.

A Acelpar disponibiliza inúmeras informações úteis acerca da doença celíaca, para orientação geral de qualquer interessado. Acesse www.acelpar.com.pr. Outro site com informações importantes é mantido pela Federação Nacional das Associações dos Celíacos do Brasil – FENACELBRA: www.doencaceliaca.com.br.

 

 

 

 

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