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Em Audiência Pública, deputado Arilson Chiorato (PT) questiona possíveis irregularidades na aplicação de recursos públicos em tratamentos renais

Deputado Arilson Chiorato (PT), líder da Oposição na Casa.
Deputado Arilson Chiorato (PT), líder da Oposição na Casa. Créditos: Valdir Amaral/Alep

Durante a audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), realizada nesta terça-feira (28), o deputado estadual Arilson Chiorato (PT), questionou o secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, sobre possíveis irregularidades na aplicação de recursos públicos envolvendo litotripsia, procedimento feito para fragmentar cálculos renais. Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), que veio a público em agosto, estima que desvio chegue a R$ 52 milhões de recursos públicos.

Há dois meses, o parlamentar denunciou o caso durante sessão plenária na Alep. Na oportunidade, o deputado Arilson citou dados do relatório da CGU. Segundo o documento, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) aprovou e pagou procedimentos com laudos repetidos, desatualizados e até inexistentes, além de autorizar cobranças pelo valor máximo permitido em quase todas as sessões.

O relatório ainda identificou pacientes que teriam passado por mais de 100 sessões em um único ano, contrariando protocolos médicos. Outro apontamento é o uso indevido de códigos de cobrança, dificultando o controle clínico e financeiro.

Na audiência desta terça-feira, o parlamentar questionou diretamente o secretário de Saúde do Estado, o médico Beto Preto, e fez referência direta ao relatório da CGU. “Esses dados são muito graves. O relatório mostra que, apenas em 2022, o Paraná respondeu por metade dos procedimentos de litotripsia realizados no país, com gasto superior a R$ 12 milhões”, relembrou, o parlamentar, que é líder da Bancada de Oposição.

“Já encaminhei pedido de informação à Sesa, que não me respondeu até o momento. Aproveito para reforçar a necessidade de esclarecimentos públicos sobre o caso, para garantir transparência e a boa aplicação dos recursos públicos”, solicitou o deputado o deputado Arilson.

Diante do questionamento direto, o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, no entanto, reconheceu a existência de possíveis irregularidades e informou que a pasta instaurou auditorias em 2022. A CGU teria, inclusive, recebido todo o apoio solicitado para as investigações, o que incluiria vistoria in loco em clínicas privadas e filantrópicas contratadas pelo Estado. Além da litotripsia, há investigações sobre outros procedimentos.

“Essas situações não são novas e remontam a um período de cerca de dez anos. Desde 2022, reduzimos metas físicas e financeiras, e o volume de procedimentos tem diminuído. As auditorias continuam em curso e todas as medidas cabíveis serão tomadas. Não há qualquer tipo de facilitação por parte da Secretaria ou do Governo do Estado”, afirmou o secretário.

Por fim, o deputado Arilson reforçou que o papel da Assembleia é de fiscalizar e garantir que os recursos públicos sejam utilizados de forma correta, sobretudo em áreas essenciais como a saúde. “Não se trata de uma disputa política, mas de responsabilidade com o dinheiro público e com os pacientes que dependem do SUS. É dever do Estado investigar e corrigir falhas que possam comprometer o atendimento à população”, destacou.

Na audiência pública, que apresentou o Relatório Detalhado do Quadrimestre Anterior (RDQA) da Sesa, o deputado Arilson pediu para a secretaria aponte os aportes feitos pelo Governo Federal nas atividades executadas.

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