O projeto “Março Laranja”, criado em 2014 com o objetivo de reivindicar junto ao poder público a implantação de mecanismos para a defesa da mulher, foi apresentado por representantes da Força Sindical na tarde desta segunda-feira (30) na Assembleia Legislativa. A ação propõe, entre outras reivindicações, a criação do Conselho Municipal da Mulher, da Delegacia da Mulher, da Secretaria Municipal da Mulher em todos os municípios do Paraná e da Defensoria Pública da Mulher.
A participação das lideranças sindicais na sessão plenária atende a proposição do líder do Governo na Assembleia, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), e reivindica a instalação e a implantação de mecanismos de proteção à mulher nas esferas municipais e estaduais. “Quando uma central sindical com a importância que tem a Força Sindical se engaja num movimento como esse, na minha avaliação, esse trabalho deve ser destacado e o tema amplamente discutido. Não tenho dúvida de que o problema é muito grave. Nos últimos anos nós avançamos bastante nesse assunto, mas esse é um tema que tem que ser tratado por toda a sociedade”, afirmou o deputado.
Março Laranja – O projeto “Março Laranja”, criado pela Força Sindical do Paraná, já realizou audiências públicas em vários municípios do estado, como forma de combater a violência contra a mulher. As audiências contam com a participação de representantes do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública, de autoridades municipais, movimentos sociais e membros da sociedade civil organizada.
Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Jamil Dávila, é muito importante que a Assembleia abra espaço para discutir temas como o da violência e os direitos da mulher. “Nesse mês de novembro e dezembro a ONU debate a questão do combate à violência contra a mulher e a Força Sindical vem aqui na Assembleia pedir o apoio dos deputados nas ações que são de competência do Estado. Temos que implantar instituições e delegacias especializadas na defesa dos direitos da mulher em todo o Paraná”, destacou.
Para a jornalista Gilce Martins, assessora técnica da Força Sindical, os números da violência contra a mulher são alarmantes em todo o mundo e o Paraná infelizmente não fica atrás. “Nós acreditamos que a base para a mudança está nas políticas públicas que devem ser adotadas. Com a instalação de conselhos, delegacias da mulher, secretarias municipais e estaduais que possam representar e acolher a mulher que sofreu algum tipo de violência, esses números poderão ser mudados”. Gilce apresentou números assustadores da OMS sobre a violência contra a mulher. Entre os números apresentados está o de que a cada dois minutos cinco mulheres são espancadas no país, sendo o parceiro o responsável por mais de 80% dos casos reportados. O Paraná é o 5° estado mais violento do Brasil e Curitiba é a capital mais violenta da região Sul e a 9ª entre as capitais.