Para Editoria de PolíticaDistribuído em 09/06/2005Jornalista: Sandra PachecoHERMAS DIZ QUE CRISE DEVE SER ENFRENTADA COM FIRMEZA E SERENIDADEO momento crítico que a política brasileira atravessa exige equilíbrio e reflexão da classe parlamentar, adverte o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Hermas Brandão. Para ele, o recuo do governo federal em relação à CPI dos Correios, defendendo a sua instalação, bem como a exoneração das diretorias dos Correios e do Instituto de Resseguros do Brasil apontam na direção correta: “A sociedade brasileira espera a elucidação dos fatos. O clima de suspeita é muito ruim para todos, e principalmente para a credibilidade das instituições. É preciso dar um crédito de confiança ao Congresso Nacional”, observa.Buscar o esclarecimento de questões como essa é, na opinião do presidente da AL, uma forma de preservar o poder Legislativo como instituição:” As acusações são graves e atingem o poder que é justamente o mais aberto e transparente, e por isso mesmo o mais suscetível à críticas e denúncias. Não devemos nos esquecer de que o Legislativo tem um papel fundamental na manutenção e consolidação da democracia e que crises como essa são debeladas encarando de frente os problemas”, acrescenta.No entender do deputado, o impasse que chegou a paralisar o Palácio do Planalto só confirmou o que já se sabia: é indispensável promover uma reforma na legislação político-eleitoral: “Com o financiamento público das campanhas e regras mais severas em relação à fidelidade partidária, por exemplo, dificilmente se chegaria a esta situação. O problema é que as propostas nesse sentido se arrastam há anos no Congresso, a espera de uma definição. No momento da crise todos reconhecem que é preciso mudar. Mas é preciso também um compromisso real, tanto em relação a este debate quanto à seriedade das investigações que o Congresso se propõe a realizar. Não é hora de radicalismos, nem de antecipar palanques políticos para o ano que vem. No interesse do País cabe a classe política preservar a governabilidade ”. O deputado descarta também o discurso contrário às investigações alegando ameaças à estabilidade democrática: “Nossa democracia é madura o bastante para resistir às eventuais crises políticas. Saiu fortalecida de todas as que enfrentou desde o seu restabelecimento”.