A mensagem do governo estadual que prevê o pagamento da dívida do estado de Alagoas, decorrente do contrato firmado com o Paraná em virtude da privatização do Banestado, foi apresentada nesta quarta-feira (17) na Assembleia Legislativa e levantou questionamentos por parte dos deputados da Oposição.Segundo o deputado Reni Pereira (PSB), o projeto deve ser analisado com cautela para se ter a certeza de que será benéfico para o Paraná receber a dívida neste momento sem o pagamento de juros e correções. A dívida tem o seu vencimento no ano de 2012.“Aparentemente seria um bom negócio, mas analisando a prestação de contas do Estado o saldo da dívida quase triplicou nos últimos sete anos. Hoje o valor corresponderia a mais de R$ 280 milhões”, analisou Pereira. “Temos que ir a fundo para ver se não estaremos antecipando o pagamento em três anos e perdendo cerca de R$ 330 milhões”.O deputado alegou ser preciso requisitar informações detalhadas do montante atual da dívida junto à Secretaria da Fazenda para ver se é viável essa antecipação.“Não quero dizer que é um mau negócio. Temos que avaliar com cautela essa matéria porque se trata de interesse do estado do Paraná. Não tem nada a ver com o que foi feito em governos passados, no governo atual ou será feito em governos futuros. É preciso analisar o momento e ver se é vantajoso para o estado receber essa dívida agora”, ponderou.O líder da Oposição, deputado Élio Rusch (DEM) concorda com necessidade de aprofundar a análise do projeto que trata da dívida de Alagoas com o Paraná. “O governo de Alagoas já pagou algo? Quanto corresponde essa dívida atualmente?”, questionou. “Não se pode aprovar ou rejeitar essa proposta sem ter esses elementos”.Rusch questionou ainda o fato de o governo querer receber de imediato essa dívida para equilibrar as contas do estado. “A pressa que se vê só se justifica pelo fato de o governo querer engordar o caixa ao trazer para si a responsabilidade de receber o montante principal da dívida sem qualquer correção. A Assembleia precisa apurar e discutir com cuidado essa mensagem”, justificou.O deputado Valdir Rossoni (PSDB) sugeriu a realização de uma audiência pública para analisar de modo criterioso o projeto. “Estamos tratando de mais de R$ 100 milhões da dívida original. Essa mensagem carece de um grande debate, seja ele nas comissões permanentes ou até mesmo em uma audiência pública com o secretário da Fazenda”.