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Liderança do Pmdb

Senhor presidente, senhores deputados, senhoras deputadas. Aproveito para vir à Tribuna porque hoje (terça-feira, 5 de maio), professores, muitos dos quais estão aqui, muitos jovens, talvez não saibam que nós estávamos no Palácio do Governo para fazer a entrega de cheques que são uma reparação moral para pessoas que foram presas e torturadas. Algumas foram até assassinadas. E muitos de vocês, talvez, não conheçam esta história. Então, queria usar este horário, até para que vocês tomassem conhecimento e nunca ficassem apoiando aqueles que querem destruir as leis, que são necessárias para construir uma grande nação. E ninguém constrói uma grande nação sem a presença dos professores. É minha posição. Senhor presidente Nelson Justus, professores, a União é responsável por prisões, define o Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Lei de Anistia, que pretende colocar um apagão em cima de muitos crimes que foram cometidos aqui neste país, mas lembro até a ação de um juiz espanhol que decretou a prisão do ex-ditador chileno, Augusto Pinochet, lá da Espanha. E decretou a prisão de vários militares argentinos que prendiam, colocavam em helicópteros, em aviões, lutadores pela democracia na Argentina, e jogavam em alto mar. E querem que a gente esqueça isso que fizeram aqui no país. Combati a ditadura militar, na minha insignificância, desde o primeiro dia. E quando hoje, através de uma lei que começou com o Beto Richa, que era deputado aqui, e depois revigorada por duas vezes esta lei pelo governador Roberto Requião, estava no Palácio das Araucária, olhando brasileiros que foram humilhados, presos porque defendiam o Brasil, como eu acho que fiz, no meu cantinho. E vocês, professores, não podem ignorar estas coisas. Vejam a decisão: “A lei de Anistia não apagou todos os crimes praticados durante a ditadura militar. A polêmica, que já foi travada internamente no governo e espera um veredito do Supremo Tribunal Federal (STF) foi antecipada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no julgamento de um caso específico. Por três votos a dois, uma das Turmas do STJ condenou a União a indenizar por danos morais com R$ 100 mil, as filhas de Álvaro Eugênio Cabral, ex-vereador de Rolândia. Conheço muito bem o caso, porque eu era praticamente um menino, mas já integrado na luta em favor das transformações que precisamos fazer neste país. Então, agora, o Supremo toma esta decisão. E nós temos que nos submeter às leis. Sem a lei, não existe salvação. Vejam bem, um amigo meu, o deputado Rubens Paiva, ele é tirado de casa com a pecha de ser comunista e que estava lutando contra o Brasil. Ele foi preso e foi liberado. Dali a pouco foram atrás dele, novamente, ele foi dirigindo o carro dele. Resultado: foi preso, torturado, assassinado. E a família e nós, seus companheiros, não conseguimos encontrar nem os ossos do nosso companheiro Rubens Paiva. Há tempo para lutar pela educação. Mas, acima de tudo, temos que travar nossa luta em favor da democracia, da Justiça, da transformação da sociedade, porque é impossível aceitarmos, por exemplo, que aqui neste país ainda tenhamos analfabetos, que são analfabetos não por culpa deles, mas por culpa da sociedade que está montada neste país. Sempre me coloquei contra este estado de coisas. E agora estava falando, deputado Valdir Rossoni, que muito contribuiu para este pronunciamento, com sua intervenção, temos no jornal O Estado de São Paulo, como outros jornais também, a Gazeta do Povo, publicou o Estado do Paraná, a Folha de São Paulo; agora porque houve a filtragem se chegou à conclusão do assassinato deste companheiro, do Rubens Paiva. Estes crimes que foram cometidos contra a humanidade são imprescritíveis. Não queremos esquecer estas coisas, porque é impossível esquecer. Estão na minha memória. Os companheiros (José Idézio) Brianezzi e Antônio dos Três Reis de Oliveira, que acaba de ser homenageado, agora, pelo governador Roberto Requião, com a construção de uma monumental escola na cidade de Apucarana. Não posso me esquecer destes que foram assassinados, porque se levantaram contra a injustiça a que estavam submetidos. Vocês devem lutar firmemente pela realização dos sonhos que vocês carregam no coração. Mas, na hora da analise, por exemplo, quando falei aqui que usaria o Horário da Liderança, vocês se manifestaram de uma maneira em relação a um voto que é favorável a vocês. Não sei. Todas as vezes que se colocam coisas diante das pessoas, elas têm a obrigação de analisar o que está ali. E não formar juízo apressado. Tenho acompanhado esta luta aqui na Casa há muito tempo. Mas, neste dia, deputado Luis Carlos Martins, quando se faz a entrega de algum cheque para algumas pessoas no Palácio do Governo, acho que precisamos prestar uma homenagem àqueles que fizeram as leis e àqueles que cumpriram as leis nesse sentido, porque a reparação não é algum ganho que possa ser declarado, como querem muitos amanhã, através do imposto de renda, dizendo que tiveram acréscimo patrimonial. As pessoas são humilhadas, são presas por convicções, são muitas, como falei aqui, assassinadas e tenho amigos que foram presos e outros conhecidos que simplesmente desapareceram da face da Terra. Portanto, avançamos. Avançamos neste Governo do companheiro Lula, com o qual temos divergências, mas não podemos rasgar o tecido dessa aliança que levamos para as ruas tantas e tantas vezes. Então, olha só uma das manchetes aqui: “Procura por ex-deputado irritou o Exército”. Tenho o maior respeito por aqueles que usam fardas e honram a Nação, mas quando alguém coloca a farda para cometer crimes, esses crimes precisam ser levantados, analisados e punidos com rigor. Ninguém pode vestir a farda para praticar os crimes que foram praticados neste País. Senhor presidente, encerro e quero dizer a todos vocês que avançamos no dia de hoje com a entrega desses cheques a brasileiros que foram torturados, presos e humilhados. Mas, não basta só a reparação pecuniária, pois é preciso que eles sintam na alma que eles não fizeram nada de errado, que eles continuam ainda, com as suas convicções, trabalhando para que nós todos, professores, parlamentares, o povo brasileiro, todos nós trabalhando pela construção de uma grande Nação. É isso que nós esperamos. Muito obrigado!
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