Quem será a próxima vítima? A pergunta foi lançada ontem no plenário da Assembléia Legislativa pelo líder da Oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB), ao comentar as acusações do governador Requião de que o deputado Edson Praczik (PL) teria exigido “mesada” de R$ 45 mil para votar junto com o governo.Rossoni cedeu o horário da liderança da oposição para que o deputado pudesse se defender da acusação. E convidou o deputado para ingressar na bancada de Oposição. “Se o governador faz isso com um partido que o apoiou imagine qual será a armadilha para os deputados de oposição?”, questionou Rossoni.A bancada oposicionista levantou também outras questões conflitantes deste encontro que teria acontecido entre alguns deputados e o secretário de Comunicação, Airton Pissetti. Rossoni estranhou o fato de o líder do Governo, Dobrandino Silva (PMDB) ter levado os deputados até o secretário de Comunicação. “Ele (Dobrandino) levou os deputados lá para discutir o quê?, questionou o deputado.Segundo o deputado Durval Amaral (PFL), o mais estranho é que se passaram quarenta dias depois do encontro dos deputados com o secretário da comunicação e só agora foi feita a denúncia. O deputado Rossoni lembrou também que Airton Pissetti foi acusado por um membro do próprio governo por suspeita de recebimento de propina. “Eu diria ao PL, PT, PTB e PP: será que o governador não está querendo se ver livre dos deputados destas siglas, para que depois possa dizer que não se alia a estes partidos? Será que o objetivo foi o pastor Edson e PL para depois chutar o PT”, indagou Rossoni.Diante das denúncias, o deputado Plauto Miro Guimarães (PFL) sugeriu nova convocação de Pisseti para explicações. “O secretário da Comunicação ainda nem atendeu o pedido anterior da bancada e já está envolvido em outras situações que necessitem de investigação”, lembrou Guimarães, em referência às recentes acusações de cobrança de “pedágio” por parte de Pissetti ao ex-secretário da Indústria e proprietário do Canal 21, Luis Mussi.Rossoni alertou que agora estão começando as campanhas eleitorais para presidente e governador e deduziu que a partir do momento que o deputado sinalizar que poderá fazer parte de grupo de oposição ao governo, poderá ser a próxima vítima. “Eu não sei porque o valor de R$ 45 mil. Talvez porque o 45 represente o PSDB, que é um partido que é opositor do governador. E certamente ele (governador) vai ouvir falar muitas vezes no número 45 porque provavelmente será derrotado por ele”, previu.