Para: Editoria de Política e ColunasDistribuído em 23/08/05Jornalista: Carlos SouzaPLAUTO CRITICA OS GASTOS DE PROPAGANDA DO ESTADO E DESCASOS COM A ÁREA DA SAÚDE O líder do PFL na Assembléia Legislativa, deputado Plauto Miró Guimarães (PFL), manifestou nesta terça-feira (23) sua insatisfação com o governo estadual no que diz respeito a sua política na área da saúde pública e os excessivos gastos com publicidade que, “na verdade, expressam números enganosos”. Segundo Miró, o governo mente ao afirmar que está investindo R$ 1 bilhão na saúde. “Ou o Governo do Estado está investindo mal ou esses recursos não existem, pois há tempos a oposição está alertando para a falta de investimentos na pasta e para as constantes mortes nos hospitais públicos pela falta de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs)”, disse o deputado, destacando que um jornal de circulação estadual publicou matéria nesse sentido. “A matéria mostra claramente que existe uma grande carência de UTIs em todo o Estado, mas, principalmente, na região dos Campos Gerais. Prova disso, está no registro de 31 mortes nos últimos dez meses, somente no Pronto-Socorro de Ponta Grossa”, ressaltou o deputado. Todas as pessoas morreram na fila de espera pela deficiência no número de vagas disponíveis para atendimento intensivo. De acordo com a matéria, a cidade de Londrina também apresentou dados alarmantes, tendo registrando 25 óbitos. O líder do PFL destacou ainda que embora saiba dos esforços realizados nos últimos anos para ampliar o número de leitos, “é inadmissível que o governo, constatando esse quadro deficitário da saúde pública estadual, esteja investindo mais de R$ 140 milhões em publicidade. Ainda mais quando se trata de propaganda enganosa”. “Para se ter uma idéia do descaso do governador, com esses recursos, o Estado poderia pagar 700 mil internamentos diários, tendo como média um valor de R$ 200,00”, acrescentou Plauto, lembrando que de janeiro a julho de 2005, o Sistema Único de Saúde (US) pagou 49.530 diárias. “Ou ainda, adquirir 1,4 mil UTIs, considerando que o valor médio de cada uma é de aproximadamente R$ 100 mil”, atentou Miró. Pelos indicadores do Ministério da Saúde e da Associação Médica Brasileira, o Paraná está fora dos patamares ideais de disponibilização de leitos de UTI. Segundo dados estatísticos, a proporção deveria ser de 10% dos leitos gerais. Ou seja, como o Estado tem 23.983 leitos hospitalares credenciados no SUS, ele precisaria ofertar 2.398 vagas de UTI. No entanto, a rede pública de atendimento intensivo conta com apenas 929 leitos, sendo que o mínimo deveria ser 959. “Somente em Ponta Grossa, há dois anos, quando o déficit de vagas era maior, suspeita-se que cerca de 50 pessoas teriam morrido na fila de espera por uma UTI. Não podemos admitir que o Estado tenha investido R$ 1 bilhão em saúde e não tenha zerado esse número. Como se vê nos números, não é impossível resolver essa equação”, justificou Miró, lembrando que a cidade de Jacarezinho aguarda há mais de um ano o credenciamento da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal disponível na cidade junto a Secretaria Estadual de Saúde. “A falta do credenciamento impede que pacientes do SUS sejam atendidos”, diz Guimarães.