AUDIÊNCIA PÚBLICA DISCUTE SOLUÇÕES PARA A DIMINUIÇÃO DA CRIMINALIDADE NAS AGÊNCIAS BANCÁRIAS DE CURITIBAPor iniciativa do deputado estadual Professor Luizão (PT) houve audiência pública na manhã desta quarta-feira (07) para ouvir as sugestões da Federação dos Bancários ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores), da Polícia Militar, Polícia Federal, Sindicato dos Vigilantes e Sindicato dos Bancários de Curitiba, quanto à falta de segurança dos cidadãos nas agências bancárias. O evento foi pautado pela Carta do III Seminário Nacional de Segurança Bancária que ocorreu na cidade de Curitiba em 30 de maio de 2007.A carta foi redigida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (CONTRAF-CUT) juntamente com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Vigilância, Sindicato e Federação de Bancários e contêm 25 reivindicações que à época foram destinadas à Federação Nacional dos Bancos (FENABAN). Entre as medidas propostas estão: os bancos devem contratar vigilantes em números compatíveis com o volume de circulação de pessoas e com a área de abrangência das agências; os bancos devem instalar portas giratórias, com detectores de metais e vidros blindados; os bancos devem criar sistemas de gravação eletrônica de imagens e centrais de monitoramento em tempo real, integrada às polícias civil e militar e secretarias de Segurança Pública, como forma de prevenção de assaltos e melhorias nas imagens da identificação de criminosos e suspeitos; Casas Lotéricas e Agências Postais também devem ter vigilância e equipamentos de segurança, com transporte e numerário feito por empresas especializadas, visando proteger a vida de seus trabalhadores e usuários. Para Marisa Stédile, presidente do Sindicato dos Bancários, muitos bancos ainda não se adequaram às exigências acima, sendo que alguns não englobam nenhum dos 25 critérios citados na Carta. “Estudamos estes pontos de fragilidade e levamos às autoridades competentes para tentar modificar esta situação e avaliar a qualidade da segurança dos bancos após um ano. Lamentavelmente nada mudou”, afirma.Segundo Carlos Cordeiro, secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, boa parte dos problemas surgem porque os bancos vêem a segurança como um gasto que se contrapõe ao lucro. “Não falta dinheiro para que estas instituições financeiras invistam em segurança. No entanto, um vigilante ganha entre R$ 500 e R$ 1.080. É muito pouco. Já o custo de uma porta giratória fica em torno de R$ 2 mil”, diz.Também foram cobrados alguns cuidados da Polícia Federal (PF) com relação à fiscalização. Para Delci Carlos Teixeira, superintendente da PF no Paraná, a fiscalização necessária é realizada, mas está subordinada a uma legislação deficitária. “A Lei 1.702 de 1983 estabelece que o plano de segurança dos bancos está sujeito à aprovação da PF, porém as únicas exigências legais a que o plano deve obedecer são as de conter vigilantes e sistema de alarme”, explica. Ainda segundo Teixeira, a Polícia Federal está de acordo com todas as reivindicações apresentadas, mas é fundamental que a Lei seja revista com base nos critérios discutidos na audiência para que a PF faça com que ela seja cumprida.O deputado professor Luizão foi incumbido de apresentar as propostas levantadas na audiência aos demais parlamentares. Também participaram do encontro os deputados Reni Pereira (PSB) e Tadeu Veneri (PT), autor de um projeto de lei que obriga Casas Lotéricas e Bancos do Paraná a instalarem portas giratórias em todas as suas unidades. A FENABAN não enviou nenhum representante ao evento.