O Paraná vive hoje uma situação de pré-colapso no gerenciamento dos resíduos urbanos. A informação é do presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Vitor Hugo Burko, que nesta terça-feira (6) esteve no Plenário da Assembleia Legislativa para falar com os deputados sobre o lixo e sobre o trabalho desenvolvido pelo instituto no Estado. A visita foi feita a convite do presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Nelson Justus (DEM).Para Burko, o Paraná precisa urgentemente definir com a sociedade uma política ambiental que sane o problema e garanta a destinação correta dos resíduos no futuro. Uma saída, segundo o presidente do IAP, depende também da conscientização da população sobre a necessidade da implantação de aterros que atendam a legislação. “Todas as áreas sempre estão próximas de um rio ou de uma área de proteção e isso faz com que seja impossível fazer um licenciamento de um aterro sem gerar conflito com a população. Mas a população precisa entender que está é uma forma de se resolver o problema”, disse.O saturamento do atual sistema de aterros usado no Paraná, segundo Burko, faz com que cidades como Curitiba, Londrina, Maringá e Guarapuava enfrentem problemas com a destinação dos resíduos gerados pela população. Hoje, apenas Cascavel e Foz do Iguaçu possuem aterros considerados modelos pelo Instituto Ambiental do Paraná.Burko alertou que o impasse sobre o aterro da Caximba, que recebe o lixo gerado pela população de Curitiba, pode trazer problemas para a capital. “Se essa questão não for definida até dezembro, prazo final, os curitibanos correrem o risco de terem lixo em suas calçadas no começo do ano que vem”, disse. Ao invés de ampliar o aterro, como vem sendo sugerido pela Prefeitura de Curitiba, Burko disse que é possível ter uma saída paliativa, como o uso de valas que poderiam ser usadas por um tempo determinado, até que a questão seja resolvida.O presidente do IAP também falou sobre as deficiências enfrentadas pelo órgão nos últimos anos, que dificultam o trabalho do órgão. Entre elas estão a insuficiência de funcionários e o aumento das atividades. Em 1994, por exemplo, o IAP tinha 250 pessoas trabalhando na área de licenciamento, número que este ano é 126. Na época, o Instituto fazia 3 mil licenciamentos por ano, o que hoje chega a 15 mil. No período a área protegida do Estado passou de 100 mil para 1 milhão de hectares.