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Deputado Cleiton Kielse (pmdb)

O uso de sacolas plásticas nos supermercados do Paraná e a adoção do material oxi-biodegradável foram temas da reunião ordinária, nesta terça-feira (26), da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Paraná. Proposta pelo deputado estadual Cleiton Kielse (PMDB), vice-presidente da Comissão, a reunião contou com a presença do deputado estadual e presidente da Comissão, Luiz Eduardo Cheida, do Secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, e de representantes de setores da indústria e de serviços. Na pauta principal, a discussão sobre as iniciativas de redução do consumo e reciclagem das sacolas plásticas. Segundo Kielse, o motivo que o fez apresentar um requerimento ao plenário da Assembléia marcando o encontro é a polêmica que envolve o uso das sacolas oxi-biodegradáveis e a discussão sobre o Projeto de Lei 134/07, proposto há um ano pelos deputados Caíto Quintana e Stephanes Jr. O projeto prevê a obrigatoriedade da utilização de material biodegradável ou reutilizável para embalagens de produtos em supermercados, além de incentivar os estabelecimentos a adotarem programas voltados ao meio ambiente. "Soubemos pela imprensa que a Plastivida estaria incentivando o aumento da espessura da parede das sacolas, uma ação contrária ao pensamento do Governo e do que estamos forçando", afirmou Kielse. O deputado ressaltou que as sacolas mais grossas vão voltar ao meio ambiente e piorar o sistema ambiental do país. "Estudos científicos respaldam nossa responsabilidade de trazer essas empresas que incentivam o contrário e entender o porquê de não estarem adotando outros meios". Para o secretário Rasca Rodrigues, os 36 laudos divulgados pelo Governo sobre a o material oxi-biodegradável demonstram que ele reduz o passivo ambiental e atende à política de resíduos sólidos do Estado do Paraná. "Teríamos que estar discutindo a regulamentação do uso dessas novas sacolas porque a Plastivida perdeu os argumentos. A fase para discussão já passou. Que ela processe então os laboratórios que divulgaram esses laudos", destacou o Secretário. Segundo Rasca, aumentar a espessura das sacolas significa vender mais resina plástica, consumir mais derivados de petróleo e estender a vida útil da sacola na natureza. A controvérsia partiu do presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico do Paraná (SIMPEP), Dirceu Galléas, e do presidente-executivo da Plastivida, organização de iniciativa da indústria do plástico, Franscisco Esmeraldo. "Não é comprovado pela vigilância sanitária que a sacola oxi-biodegradável não traga conseqüências no transporte do produto alimentício. Gostaríamos de trabalhar com a consciência tranqüila", apontou Dirceu. O presidente da SIMPEP condenou o uso de sacolas retornáveis, reiterou a dificuldade de adquirir material reciclável e defendeu uma legislação federal para solucionar o caso. "Não gostaria que meu Estado criasse uma lei que trouxesse dificuldade para a própria indústria do Paraná", demonstrou. O presidente da Plastivida, Francisco Esmeraldo, também duvidou da eficácia de degradação do material oxi-biodegradável. "Esses materiais apenas se oxi-degradam, e não bio-degradam. Mas suponhamos que esse tipo de material funcionasse. A reciclagem deixaria de existir e obrigaria a indústria petroquímica a vender ainda mais", rebateu. O secretário Rasca Rodrigues fez o contraponto às opiniões dos representantes da indústria do plástico, afirmando que é possível criar alternativas ecologicamente corretas. "O plástico mata, causa enchentes, danifica o meio ambiente. A "Plastimorte" tampouco nos procurou para desenvolver uma política de recolhimento, que é o desafio. Quem fabrica também é responsável pela destinação dos resíduos", finalizou. Exemplos A vice-presidente de Assuntos Corporativos do grupo Wal-Mart no Brasil, Daniela Di Fiori, ressaltou o compromisso por parte da empresa em reduzir o impacto ambiental das sacolas plásticas. "Sabemos que o plástico não é uma solução definitiva. Estamos promovendo produtos mais amigáveis ao meio ambiente, como a sacola retornável de algodão cru". Segundo Di Fiori, é preciso investir no processo de mudança de hábito do consumidor, acostumado a reutilizar a sacola plástica convencional no lixo doméstico. O diretor da Associação Paranaense dos Supermercados (APRAS), Walmor Rovaris, destacou a evolução tecnológica e a preocupação dos estabelecimentos quanto ao uso das sacolas plásticas. "Aproximadamente 50% das sacolas utilizadas nos supermercados do Paraná são oxi-biodegradáveis. Se existe algum relatório contrário ao uso desse material, que nos seja encaminhado", solicitou. Um dos diretores do Grupo Pão de Açúcar e vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados, Márcio Milan, afirmou que a empresa estuda o assunto com bastante atenção. "Também queremos uma solução e por isso estudamos alternativas às sacolas plásticas. Oferecemos opções de embalagens e gestão de resíduos", apontou. O debate, que deve ter nova rodada dentro das próximas semanas, contou ainda com a presença do deputado estadual Antonio Belinati, da diretora de relações governamentais do grupo Wal-Mart, Maria Cláudia Souza, dos diretores do SIMPEP Thomas Hoffricher e Ivo Borba, e da gerente de marketing de responsabilidade sócio ambiental do Grupo Pão de Açúcar, Cristiane Macedo.
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