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Desafio Detox Digital". Por que os governos devem se preocupar com a tecnologia?

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Que a tecnologia e seus avanços trouxeram inúmeros benefícios para a sociedade, ninguém duvida, mas o uso excessivo das ferramentas da rede mundial de computadores, principalmente por crianças e adolescentes, é alvo de discussões. Com esse pensamento, foi lançado no dia 4 de julho, em âmbito nacional, pelo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, o programa “Desafio Detox Digital Brasil” e em nível estadual, o Paraná é o primeiro estado a adotar o programa, lançado na manhã desta segunda-feira (8), no Plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Aqui chamado de “Detox Digital Paraná”.

O presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, Adolescente, Idoso e Pessoa com Deficiência (CRIAI), deputado Cobra Repórter (PSD), uma das parceiras do programa, ao lado da Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho (SEJUF/PR) e Instituto Tecnologia e Dignidade Humana,  anunciou ações que já estão sendo adotadas e que ainda devem acontecer no Poder Legislativo, como por exemplo, um projeto de lei que prevê a inclusão no Calendário Oficial de Eventos do Paraná uma semana dedicada à orientação de jovens na comunidade e nas escolas,  por meio de palestras, seminários e workshops, sobre a melhor forma de utilizar a tecnologia.

(Sonora)

O programa no Paraná faz parte das 12 ações da força-tarefa criada em fevereiro pela Secretaria da Justiça, com a implementação do “Pacto Infância Segura”, em conjunto com as Secretarias da Educação e da Saúde, além da Defensoria Pública, Ministério Público do Paraná, OAB/PR, Associação dos Conselhos Tutelares, Tribunal de Justiça, Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente, Conselho Regional de Psicologia, prefeituras e universidades.

Um braço desse trabalho é a prevenção de crimes sexuais com crianças e adolescentes. O coordenador e representante do secretário estadual de Justiça, Família e Trabalho, Ney Leprevost, no lançamento, Felipe Eduardo Hideo Hayashi, ressaltou que o grupo reconhece o aumento de casos concretos, como o vício de jogos pelas crianças e adolescentes que resultaram em atentados e assassinatos em escolas. Por isso, sugere que algo tem que ser feito.

(Sonora)

Ao longo do evento, foram realizadas palestras sobre temas como  transtorno eletrônico, ciberbullying, aliciamento, pedofilia e o uso consciente do celular no trânsito. Um dos palestrantes,    Daniel Celestino, coordenador-geral de Enfrentamento a Vícios e Impactos Negativos do Uso Moderado de Novas Tecnologias da Secretaria Nacional da Família, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, traçou um panorama do quadro no Brasil e apontou soluções. Ele disse, por exemplo, que a mobilização, tanto nacional como estadual, visa promover a utilização ética, saudável e segura da internet.  O uso inteligente da tecnologia, na opinião dele, é um desafio para as famílias e escolas. Celestino apontou, que a agilidade na informação, a importante evolução nos recursos tecnológicos são pontos importantes a favor, por exemplo, da saúde, entre tantos outros setores. O problema, é que centenas de estudos apontam que as famílias vêm sendo afetadas de forma negativa pela internet. Enquanto a média de uso mundial da rede é de 6 horas e 40 minutos por dia, no Brasil, ela ultrapassa as nove horas diárias. As consequências: ansiedade, vícios e um segundo lugar no ranking em crimes cibernéticos.

  Com o Reconecte, se espera obter o uso moderado da tecnologia. O público alvo do programa é a família, com extensão para os educadores. Entre os eixos estão a priorização das relações com equilíbrio. E os meios para a propagação do programa serão os veículos de comunicação, governos, escolas e instituições públicas. As ações estão sendo planejadas para os próximos quatro anos.

 Cineiva Campoli Paulino Tono, doutora em Tecnologia e Sociedade e assessora pedagógica do programa Reconecte, do Ministério da Mulher e assessora técnica do Departamento de Justiça da Sejuf/PR, também palestrou. Ela ajudou na elaboração do programa em nível federal e diz que  que o  objetivo da campanha no Paraná é formar multiplicadores junto aos 32 Núcleos Regionais de Educação e profissionais das áreas de saúde, justiça, segurança pública e assistência social em todo o estado.

(sonora)

E que tal um dia inteiro sem tecnologia?  Essa também é uma das propostas do Reconecte. Mas convidar a sociedade para passar um dia inteiro sem o uso da tecnologia é outro desafio, dizem os especialistas, em um momento em que é mais comum do que se imagina encontrar por aí os chamados “dependentes digitais”.  Nessa condição, segundo estudos, são mais de 400 milhões de pessoas no mundo.

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