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Legislativo discute desburocratização para abertura de empresas em audiência pública

Audiência pública sobre "Processo de Desburocratização na Abertura de Empresas".
Audiência pública sobre "Processo de Desburocratização na Abertura de Empresas". Créditos: Nani Gois/Alep
A desburocratização no processo de abertura de empresas no Paraná foi motivo de uma audiência pública no Plenarinho da Assembleia Legislativa na manhã desta terça-feira (24). A reunião foi promovida pela Comissão de Indústria e Comércio da Casa, presidida pelo deputado André Bueno (PDT). Representantes do Governo, como das secretarias de Estado de Assuntos Estratégicos e de Indústria e Comércio, da Junta Comercial do Paraná, do Sebrae e de outras entidades e contabilistas debateram alternativas para a questão. A previsão é que até o final do ano seja implantado no Paraná o sistema interligado de informações simplificadas – Redesim, unificando o envio de dados aos órgãos competentes nas esferas municipal, estadual e federal, para a constituição de novos empreendimentos.

A discussão, na avaliação de Bueno, serve para mobilizar os diferentes setores para a mais rápida implantação do sistema, facilitando o surgimento de empresas que terão um caminho menos tortuoso para sua viabilização. “Temos números alarmantes, pois a cada dez empresas abertas, cinco fecham as portas antes de completarem dois anos. Estamos, por isso mesmo, trabalhando com um modelo de desburocratização. Muitos estados que não aderiram à Redesim demoram de 30 a 90 dias, devido à complexidade, para abrir uma empresa”.

O parlamentar disse que o Paraná avança consideravelmente com o envio simplificado de dados, e destaca o acerto de alternativas de incentivo aos micro e pequenos empresários, como a facilitação de crédito, o acompanhamento contábil e a realização de cursos de aperfeiçoamento. “Aqui no Paraná estamos discutindo a implantação da Redesim, da Empresa Fácil, que permite que o poder público forneça o contador, facilite o crédito e realize cursos para que o empresário prospere. Enquanto isso, o processo de informatização também avança”.

Contrapartida – Na esfera estadual, um comitê para desburocratização já vem atuando na busca da redução de entraves de liberações, autorizações e certidões às empresas que pretendem iniciar suas atividades. De acordo com o secretário de Assuntos Estratégicos, Edson Luiz Casagrande, reduzir custos da máquina pública é uma maneira também de diminuir encargos e impactar em menor escala os tributos aos empreendimentos. Para ele, o poder público precisa se comprometer efetivamente com a facilitação de acesso aos serviços. “O comitê conta com outros órgãos públicos e entidades que representam empresas. Um ambiente desburocratizado gera menos tributo e mais agilidade nos serviços. O cidadão tem prazos com os órgãos públicos. Mas os órgãos públicos não têm prazos com o cidadão. Temos que inverter esta lógica”.

A secretária Municipal de Indústria, Comércio e Turismo de Cascavel, Susana Gasparovic Kasprzak, apresentou na audiência o funcionamento do programa Empresa Fácil, implantando há dois anos em Cascavel, e cujo objetivo é legalizar os pequenos negócios, retirando-os da informalidade. “Trabalhamos de forma integrada, com vários setores cooperados. Nossa proposta é facilitar o ingresso dos micro e pequenos empresários, capacitando empreendedores, viabilizando o acesso ao crédito, além de disponibilizar contatos e profissionais na orientação desta nova empresa”, explicou.

Dados apresentados pelo Sebrae sinalizam que 44% da massa salarial no Paraná é oriunda das micro e pequenas empresas, que nos últimos dez anos representam pouco mais de 590 mil empreendimentos. O responsável pela área de políticas públicas de apoio às micro e pequenas empresas da instituição, César Rissete, entende que a flexibilização é o caminho para incentivar a abertura de novos negócios. “Temos percebido o aumento desta categoria no Paraná. Portanto, temos que pensar no processo de simplificação, de racionalização de procedimentos e do cadastro único. Imagine ter que bater em seis, sete portas diferentes, para tirar uma certidão”, ponderou.

Redesim – O presidente da Junta Comercial do Paraná, Ardisson Akel, que representou o governador Beto Richa na audiência, disse que entre contratos de gestão assinados neste ano, estabelecendo metas e prazos para o Poder Executivo, está a implantação da Redesim até o final de 2012. Mas o dirigente assevera a necessidade de se ter a segurança na apresentação dos dados das futuras empresas, mesmo com a simplificação das informações. “Desburocratizar é uma meta do governo. E queremos facilitar e trazer o apoio ao empreendedor. Para formar uma empresa é preciso de pelo menos quatro registros e as informações apresentadas em um órgão às vezes vão se repetindo em outros órgãos. É como tentar enxugar gelo. E pensando nisso queremos concentrar esforços nesta rede para a replicação de dados, também estabelecida nos contratos de gestão”.

Casa aberta – O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdir Rossoni (PSDB), participou da audiência pública e disse que o assunto debatido com entidades e membros do governo, além da sociedade organizada, enriquece o Poder Legislativo e oportuniza o encaminhamento das demandas dos paranaenses. “Procuramos prestigiar estes eventos. A Assembleia é a Casa do povo e temos que arejá-la com a participação e o debate com a sociedade. E temas importantes têm sido apresentados aqui, em várias reuniões e audiências. E esta questão da desburocratização é uma delas. Por isso, nossa Casa se engrandece quando se abre para discutir aquilo que é de interesse para o desenvolvimento do estado”.

O deputado Professor Lemos (PT) também esteve presente na reunião, e destacou que o desenvolvimento do estado passa necessariamente pela superação da burocracia. “Temos que acabar com a burocracia para que a nossa economia possa crescer. É preciso vencer as dificuldades e as barreias e incentivar os empreendedores”, arrematou o parlamentar.
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