Senhor presidente, senhores parlamentares. Acho que essas questões fulanizadas que vemos aqui na Assembléia estão completamente fora de rumo. Eu ouvi o pronunciamento do combativo deputado Tadeu Veneri. Ele não está proibindo ninguém de trabalhar, nada disso. Agora, inclusive, em um aparte a vossa excelência, deputado (Luiz Carlos) Martins, disse que essa questão nasce na súmula vinculante. Então, fico atônito parecendo que alguém aqui esteja fazendo tentativas para a esposa do prefeito de Curitiba não trabalhar. Eu quero, inclusive, aqui, publicamente, render minhas homenagens à senhora Fernanda Richa que deu mostras de competência trabalhando, juntamente com a administração de Curitiba. Não é essa a questão, mas se começarmos a ver na política um pronunciamento de quem quer que seja, isso está dirigido ao deputado fulano, para outra questão, como já falei aqui, fulanizar, não é por aí. Outra coisa, o Governo (Roberto) Requião não acabou coisa nenhuma, deputado. Gostaria de fazer uma comparação entre a administração do Governo Requião e a administração de vossas excelências. Qual é o caminho do Governo Requião? É o caminho em defesa do interesse público. Nós fizemos, aqui, nesta Casa de maneira contundente e permanente a defesa das empresas que são patrimônio do Estado do Paraná. O Banestado, vamos dizer mais uma vez, foi espatifado, comeram o fígado do Banestado, se enquadrilharam dentro do Banestado, banco de fomento do Paraná. E o que aconteceu? Hoje, deputados, nós pagamos todos os meses R$ 60 milhões para quitar uma dívida que foi feita pelo governo passado. E aí tivemos que travar aqui uma luta danada para impedir que fosse destruída a Copel. O que pretendiam, em determinada hora, privatizar o Departamento de Estradas e Rodagens (DER), para quê? Para colocar todas as estradas do Paraná nas mãos dos particulares. O que fizeram com a Sanepar quando se pretendia colocar uma rede coletora de esgoto sanitário, água tratada, em um pequeno município? Vinham os acionistas majoritários e diziam o seguinte: nós não vamos ganhar dinheiro com esse investimento em determinado município. E não se fazia o investimento, colocava-se o interesse público, a saúde do povo, lá no fundo, na lata do lixo, porque tinha que preponderar o objetivo de se fazer o lucro dos acionistas. Então, olha, deputado Luiz Carlos Martins, este Governo está muito forte, está muito vivo, e nós gostaríamos, senhor Líder do Governo, que pudéssemos estabelecer um comparativo entre aquilo que fizemos no primeiro governo do Requião, no segundo e neste que estamos fazendo. Então é assim. Outro dia, os entendidos da política decretaram a morte da ideologia. As idéias não comandam mais nada. As idéias foram sepultadas, as ideologias estão mortas, vamos governar com as nádegas, porque o cérebro não tem mais valor. Foi isso que quiseram dizer aqui. Outro dia nós vimos a Meca do Capitalismo Fundamentalista, os Estados Unidos, intervindo na iniciativa particular porque os fundamentos desse capitalismo idiota, criminoso, anticristão, fracassou. Mas, infelizmente, senhor presidente, o capitalismo morreu e não foi sepultado da mesma maneira que o socialismo, não morreu. Os homens têm idéias, elas são plantadas, ficam por aí. Na prática elas vão dizer aquilo que nós temos que fazer. Acho que estamos de maneira dialética avançando no dia-a-dia. O pensamento de Karl Marx, de (Vladimir Ilitch) Lênin e (Friedrich) Engels, estava sepultado. Agora vemos editorialistas de jornais dos mais importantes, de todo o mundo, fazendo referencias aos ideólogos, socialistas. As coisas que passaram, passaram, elas precisam servir de aprendizado para todos nós. Essa decretação se faz de tempos em tempos. Do falecimento dessa ou daquela doutrina política é preciso que nós possamos caminhar com muito cuidado nessa questão. Então, o que é que temos de fazer? Nós de um partido que é muito plural, que é o PMDB, inclusive muito plural mesmo, é um painel ideológico que vai não sei de onde até não sei onde. Precisamos fazer auto critica, discutir aquilo que estamos fazendo. Saímos das urnas como o partido que mais elegeu prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Então, estão cantando uma vitória em 2010 que no meu entendimento ainda não vejo com clareza. Porque o monolitismo das oposições no meu entendimento não é monolítico coisa nenhuma porque vários candidatos aparecerão. Várias composições aparecerão, inclusive no bojo das oposições. Temos um espaço longo ainda para caminhar. Logicamente que o meu partido, o PMDB, partido que eu fundei e que presido pela quarta vez, vai estar presente sim em todas as eleições. Nós nos retiraremos quando os eleitores, suas excelências os eleitores, como dizia Ulysses Guimarães, mandava gente para casa. Enquanto isso estaremos aqui na defesa, todos os dias, do interesse público. Nós queremos e estamos com a razão porque a Alemanha, o Japão, a Inglaterra, a Suécia, a Noruega, o Canadá, todos esses países reconheceram que o neoliberalismo não resolve os problemas dos seres humanos. O capitalismo do jeito que está, é fabricante de miséria, de fome e de desemprego. Inclusive, 20 milhões de trabalhadores que estão empregados, perderão os seus empregos porque estamos submetidos, não só aqui no Brasil, mas no mundo todo a esse cassino que faz com que todos os dias não tenhamos a tranqüilidade suficiente para caminharmos na direção do amanhã, na direção do futuro, deixando o sol bater no rosto de todo mundo. O capitalismo exclui, empobrece, é uma posição que faz com que a miserabilidade prevaleça. E nós queremos o que? Queremos que todos os seres humanos possam ser na realidade, além de seres humanos, cidadãos. É isso que nós pretendemos.