Buscar no Portal ALEP
Filtrar resultados

Liderança do Pt - Deputado Tadeu Veneri

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa recebeu nesta segunda-feira,17, familiares do sem-teto Celso Eidt, morto aos 38 anos, com cerca de quinze tiros, dia 5 de novembro, no bairro Fazendinha, em Curitiba. Celso integrava um grupo de famílias sem teto que haviam sido expulsas da área alguns dias antes e que estavam acampadas em frente ao terreno, nas calcadas da Rua João Dembinski. A família relatou à Comissão distorção do histórico da vítima e pediu ajuda para o esclarecimento do crime. De acordo com o deputado Tadeu Veneri, do PT, que integra a Comissão, serão encaminhados à Polícia Federal pedido de informações sobre a empresa que faz a segurança do local e à Secretaria de Segurança Pública pedido de informações sobre o inquérito policial que investiga a morte de Celso. Também será solicitado à Cohab informações sobre os proprietários da área. “As informações são contraditórias. O que houve ali foi a execução do Celso. As justificavas de antecedentes criminais da vítima também não procedem”, afirmou.Será solicitado ao juiz Douglas Marcel Peres, da 4º Vara da Fazenda Pública, para suspender o emprego de força policial, na reintegração de posse da calçadas, onde as famílias estão provisoriamente acampadas, requerido pelo município de Curitiba. A Comissão de Segurança da Câmara Municipal de Curitiba, presidida pelo vereador Pedro Paulo, do PT, também acompanha o caso.Uma das irmãs da vítima, Lucila Eidt mostrou à Comissão documentos que provam que Celso não possuía antecedentes criminais e que não havia mandado de prisão expedido contra ele no Rio Grande do Sul. Para Luiz Herlain, do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Celso era apenas um cidadão que veio de Cuiabá, no Mato Grosso, em busca de uma vida melhor em Curitiba. A informação também foi confirmada pela assistente social, Adriana Maria Matias, do Instituto de Defesa dos Direitos Humanos- IDDHEA. Os moradores da região Marciel Santos e Dinalda Silva, também afirmaram que Celso era uma pessoa pacata e que não merecia uma morte tão violenta. De acordo com Marciel, Celso teve um atrito com seguranças da área quando foi buscar água pela manhã no terreno de onde os sem-teto foram expulsos. Ele teria sido expulso da propriedade por um segurança sob a mira de uma arma. À noite, Celso foi morto. Os relatos apontam que três homens encapuzados invadiram o barraco onde ele estava e fizeram os disparos.ViolênciaO terreno foi ocupado no dia 6 de setembro. A empresa Varuna Empreendimentos Imobiliários se apresentou como proprietária da área. Em 15 de setembro, a Justiça concedeu a reintegração de posse para a empresa. Apesar de todo o terreno estar protegido com uma única cerca, está dividido entre três donos, mas todos ligados à mesma família, proprietária da empreiteira CR Almeida. No dia 23 de outubro, houve um despejo violento de 1,5 mil famílias, deixando as famílias sem lugar para morar. Integrantes da comissão de moradores do terreno e do Movimento Nacional por Moradia Popular reclamaram da violência da Polícia Militar durante a desocupação. A ação feriu quatro pessoas, inclusive uma criança de 9 anos com queimaduras.
Assembleia Legislativa do Estado do Paraná © 2019 | Desenvolvido pela Diretoria de Comunicação