Agricultura Familiar Impulsiona Economia de Santa Izabel do Oeste

01/08/2005 11h13 | por Thea Tavares
AGRICULTURA FAMILIAR IMPULSIONA ECONOMIA DE SANTA IZABEL DO OESTEApesar da forte estiagem deste ano, organizações e incentivos fazem com que a agricultura familiar imprima ritmo ao desenvolvimento na região de Santa Izabel do Oeste. Curitiba, PR (29/07/2005) – Um dos municípios do Sudoeste do Paraná fortemente castigados com quatro meses de estiagem este ano, Santa Izabel do Oeste, já comemora os avanços da organização da agricultura familiar e os investimentos do governo federal na retomada do desenvolvimento da região e pede apoio da sociedade local nessa empreitada. Em Santa Izabel do Oeste, mais de 90% das propriedades rurais — há perto de 1.200 ao todo — trabalham em regime de economia familiar e são responsáveis pela produção de cerca de um milhão de litros de leite por mês, pelo cultivo de soja em cerca de 13 mil hectares de área plantada e em mais de 2 mil hectares de milho, além de algum cultivo de trigo e aveia. Com a organização em associações e cooperativas de produção locais, já é possível levar os alimentos da região para outras partes do Estado, uma vez que estas cooperativas se profissionalizaram e buscaram as condições legais, como marca, selo e código de barras, para escoar sua produção. Para o secretário da Cooperativa da Agricultura Familiar de Santa Izabel do Oeste — Coafi e presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento, Pedro Lemos dos Santos, “os produtos da Coafi abastecem, hoje, o mercado local e também os municípios em volta”, comenta. De forma organizada, a agricultura familiar de Santa Izabel conta com a estrutura de um frigorífico para abate de suínos, da Casa do Mel, em fase de conclusão, de três usinas de transformação da cana-de-açúcar, as duas maiores delas, são ligadas à Coafi, e de uma unidade de beneficiamento e empacotamento de produtos orgânicos. Além disso, o município também dispõe de 13 grupos produtores de leite organizados, que reúnem cerca de 200 famílias e outros grupos em formação. O frigorífico de carne suína de Santa Izabel do Oeste, uma iniciativa da agricultura familiar local, já completou dois anos de funcionamento. “Por falta de capital de giro, as dez famílias produtoras tiveram de buscar parceria com comerciantes locais para tocar o empreendimento”, informa Pedro Lemos. “Para a autonomia do frigorífico, existe um projeto em negociação como o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que prevê a criação de uma UPL (Unidade de Produção de Leitão). Já recebemos a visita de um técnico do MDA, visitamos a Embrapa Suínos e Aves, que fica em Concórdia, SC, e já foi realizada uma discussão com técnicos da Emater de Curitiba sobre o tema. Tudo isso, visando a viabilidade do projeto. Agora, só é preciso que o município busque, em parceria com os agricultores familiares, apoio dos governos estadual e federal”, afirma o presidente do Conselho de Desenvolvimento Local. Segundo Pedro Lemos, o projeto da UPL fortaleceria a iniciativa da agricultura familiar local, resultaria em aumento e qualificação na produção e incluiria mais 40 famílias ao grupo de produtores de carne suína, com perspectivas de expansão desse empreendimento. O prefeito municipal Olívio Brandeleiro, por sua vez, acredita que será necessário, primeiro, um estudo aprofundado para, só a partir daí, o município formalizar a proposta da Unidade de Produção do Leitão. Mas ele conta que Santa Izabel do Oeste recebeu, este ano, recursos do governo federal, através de emenda parlamentar e por solicitação do grupo de produtores, que irá permitir a ampliação do frigorífico local: “Já estão na conta da prefeitura cerca de 70 mil reais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), via o Prodesa, que permitirão ao frigorífico a realização de abate também de carne bovina”, afirma. O investimento do governo federal será aplicado na aquisição de equipamentos e a contrapartida do município, para isso, é de cerca de 3 mil e 500 reais. Com a necessidade da ampliação da estrutura física do frigorífico, o prefeito estima que a essa contrapartida da administração local fique perto dos 100 mil reais. A participação dos comerciantes locais no empreendimento é encarada por ele como uma parceria positiva. Segundo Brandeleiro, “a sociedade assumiu junto com os produtores o compromisso de valorizar e tocar adiante as iniciativas da agricultura familiar local, pela própria importância desse projeto”, completa. O prefeito lamenta que “se há algumas décadas o governo federal já investisse na agricultura familiar, como agora acontece, haveria mais famílias morando nas comunidades rurais”. Na década de 70, a população de Santa Izabel do Oeste chegou perto de 25 mil habitantes e, hoje, tem cerca de 11.700 — uma perda em torno de 50% e, segundo estimativas da administração local, a maior parte da evasão se deu entre a população rural do município. Injeção de Recursos – Embora a estiagem tenha causado estragos à produção do município, os investimentos do governo federal na agricultura familiar (Pronaf) vêm salvando a lavoura em Santa Izabel do Oeste e tranqüilizando o comércio local, quase que exclusivamente dependente dos bons desempenhos da agricultura. O Presidente da Cooperativa de Crédito Cresol, Jucimar Tamanho, lembra que todos os contratos de custeio encaminhados pela Cresol de Santa Izabel do Oeste já previam o seguro agrícola do Proagro e esse fato contribuiu para amenizar o impacto da estiagem deste ano. A Cresol já formalizou, nesta safra, em torno de 700 contratos de Pronaf Investimento, que somam cerca de um oitocentos mil reais. Neste primeiro semestre de 2005, já foram liberados cerca de 400 mil reais em Pronaf Investimento (linhas C e D), através da cooperativa de crédito, e há, ainda, uma demanda por mais 350 mil reais para o segundo semestre deste ano. Quanto ao custeio da safra 2005/2006, a Cresol vem encaminhando outras 330 propostas do Pronaf C, o chamado Pronafinho, no valor de 600 mil reais. A demanda total dos contratos de custeio para a safra 2005/2006, via Cresol de Santa Izabel do Oeste, passa de um milhão de reais, somando as linhas C, D e E desta modalidade. Além da Cresol, os investimentos do governo federal na produção agrícola também chegam em Santa Izabel do Oeste a partir do Banco do Brasil. Na safra 2004/2005, mais de 2 milhões e 100 mil reais foram aplicados pelo governo federal no custeio da produção local, em quase um milhão de contratos de crédito (Pronaf C). Para o Pronaf Investimento da safra 2005/2006, nas linhas C, D e E, o banco já formalizou 40 propostas até o momento, que somam mais de 260 mil reais. Deverão ser liberados outros 150 mil reais do Investimento ainda neste ano. Segundo o gerente da agência do Banco do Brasil em Santa Izabel do Oeste, Evandro Rogério da Silva Goulart, “depois da liquidação dos rebates e do seguro do Proagro por conta da estiagem, a entrada de recursos de crédito rural no início de agosto será fundamental para incrementar o comércio local e, também, a perspectiva de venda da safra no final de 2005 (a de milho) e nos meses de fevereiro e março de 2006 (a do soja)”. Ele reforça que o comércio municipal é fortemente ligado ao setor agrícola e que três das grandes empresas locais trabalham com a venda de insumos. A deputada estadual Luciana Rafagnin, presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa do Paraná, lembra que “o exemplo da organização da agricultura familiar de Santa Izabel do Oeste se espalha pelos três estados do Sul e que com o apoio dos programas do governo federal nas áreas produtivas e social, estas iniciativas populares tornam-se cada vez mais sólidas, demonstrando que o desenvolvimento do país passa pelo investimento prioritário e eficiente em setores estratégicos”. Jornalista: Thea Tavares (MTb 3207-PR) Contatos: Na Coafi de Santa Izabel do Oeste: (46) 3542-2258 ou (46) 3542-2077, ramal 23, com o secretário da Cooperativa e Presidente do Conselho de Desenvolvimento Local, Pedro Lemos dos Santos; Na prefeitura municipal – (46) 3542-1360; Na Cresol de Santa Izabel do Oeste – com o presidente da cooperativa, Jucimar Tamanho – (46) 3542-1928 e na agência local do Banco do Brasil, com o gerente Evandro Goulart - (46) 3542-1321.

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