Assembleia Legislativa homenageia pioneiras do ensino especial

03/06/2015 18h14 | por Sandra C. Pacheco

Créditos: Pedro de Oliveira/Alep

Créditos: Pedro de Oliveira/Alep

Por iniciativa do deputado Pedro Lupion (DEM) a Assembleia Legislativa realizou sessão solene no final da tarde desta quarta-feira (3) para homenagear educadoras precursoras da inclusão de metodologias inovadoras no ensino paranaense, tomando por base os métodos Ramain, Erasmo Pilotto e Montessori-Lubienska. Integrantes da Juventude Universitária Católica (JUC) quando iniciaram a formação acadêmica, quatro homenageadas tiveram atuação destacada no meio educacional dentro e fora das fronteiras do estado, influenciando na formação de muitos docentes voltados para a formação integral, não só pedagógica, mas espiritual e humana. São elas Elzira Binder, Maria Thereza Maeder Romanó, Relindes Elisabeth Fuck e Amélia Thereza de Moura Vasconcelos.
“In memoriam” foram reverenciadas Carmen Maria Maranhão Bezerra e Leonor Neiva de Lima. Segundo Lupion, a trajetória dessas mulheres que abraçaram a profissão de ensinar por amor e vocação tornou-as pessoas muito especiais, merecedoras da gratidão e do reconhecimento da sociedade. “Elas dedicaram sua vida a essa nobre missão e nada mais justo que a Assembleia preste uma homenagem a quem tanto fez para mudar o rumo da educação no país, abrindo portas para ampliar o acesso ao conhecimento, à formação acadêmica e ao pleno desenvolvimento das potencialidades individuais” justificou o parlamentar.
As homenageadas – Elzira Binder foi professora do primeiro grau em escolas públicas e particulares por vinte anos e coordenadora pedagógica da Escola Jean Piaget de Curitiba. Em 1976 lecionou aplicando o método do professor Erasmo Pilotto, transformando-o em uma ferramenta poderosa para atingir centenas de crianças. Através de cursos de capacitação de professores das redes pública e privada, usando apenas um quadro negro, giz colorido e 19 fichas-cartão, demonstrou a simplicidade, objetividade e eficácia dessa fórmula para a alfabetização.
Maria Thereza Maeder Romanó formou-se em Pedagogia pela Universidade Federal do Paraná. Em 1970 foi convidada pelo monge beneditino Phelippe Ledet para um trabalho junto à comunidade rural Borda do Campo, em São José dos Pinhais, que viria a dar origem ao Grupo Escolar Tiradentes. A escola foi construída com o auxílio dos monges, responsáveis também pela fundação de uma cooperativa destinada a industrializar os produtos da região. Com a ajuda dos sobrinhos e dos professores das escolas isoladas da vizinhança, deu início ao projeto sócio pedagógico para desenvolver a comunidade.
Os jovens recebiam aulas profissionalizantes de técnicas agrícolas e comerciais, fundamentais para os empreendimentos que consolidaram o roteiro turístico conhecido como Caminho do Vinho. Hoje, além de assessorar a direção da Pré-Escola Gente Feliz, dedica-se à construção de um novo projeto, visando profissionalizar os jovens da região com o apoio do SENAI e do SENAC.
Formada em Fonoaudiologia, Pedagogia, Educação Especial e no método Ramain, Relindes Fuck fundou no Rio de Janeiro a Escola “Movimento”, um centro de pesquisa e estudos da educação especial. Com um currículo adaptado às necessidades dos alunos, oferecia atividades como artes, jardinagem, culinária, nas quais os alunos tinham a oportunidade de descobrir suas potencialidades.
Em Curitiba ela colaborou com a Escola Espaço Aberto, também voltada ao ensino diferencial. A instituição criou uma forma de participação real dos alunos, as assembleias, onde eles falavam livremente sobre as questões do cotidiano, suas necessidades, problemas e dificuldades.
Amélia Thereza de Moura Vasconcelos formou-se em Medicina pela Universidade Federal do Paraná em 1955 e fez residência médica no Hospital de Clínicas de São Paulo, onde atuou no corpo docente. Especializou-se em pediatria, neuropediatria, psiquiatria e psicanálise de crianças, adolescentes e da família. Foi pioneira na terapia familiar no Brasil e em equipe multidisciplinar. Dividiu seu conhecimento com estudantes de todos os níveis e profissionais de inúmeras áreas. Fomentou discussões e estudos de temas importantes e inovadores para a época, idealizou e fundou a Casa da Estudante Universitária de Curitiba (CEUC). Fundou, organizou e atuou de forma efetiva em diversas associações de psiquiatria e neurologia infantil. É de sua autoria o livro “A Criança e o Futuro”, compêndio de experiências e ideias a respeito de sua preocupação mais constante, a influência de distúrbios emocionais na aprendizagem.
In memoriam – Leonor Neiva de Lima formou-se em Pedagogia e Terapia Ocupacional. À frente de seu tempo, buscou novas técnicas capazes de contribuir para o desenvolvimento de crianças com problemas de aprendizagem e desenvolveu metodologias capazes de auxiliar de maneira efetiva crianças portadoras de problemas neurológicos. Essa metodologia foi implantada por ela em 1970, no Centro de Recuperação Neurológica, hoje Escola Viviam Marçal. Dedicou-se à sua atividade profissional até três meses antes de sua morte.
Carmem Maria Maranhão Bezerra nasceu em Curitiba em 1932. Formou-se em Letras Neolatinas pela Universidade Federal do Paraná, período durante o qual participou ativamente da Juventude Universitária Católica. Lecionou no Colégio Sion e trabalhou na Escola de Belas Artes de Curitiba. Na década de 1970 interessou-se pela educação de crianças com problemas de aprendizagem e cumpriu ciclos de estudos em São Paulo sobre o método de Simone Ramain. A partir daí, desenvolveu trabalhos em consultório e espalhou seu conhecimento por diversas escolas, sempre buscando assegurar a atenção devida às crianças com dificuldades de aprendizagem.

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