Por iniciativa do deputado Guto Silva (PSD) a Assembleia Legislativa do Paraná promoveu sessão solene ao final da tarde desta terça-feira (29) para comemorar a Data Nacional da Consciência Negra e para lembrar os 321 Anos da Imortalidade de Zumbi dos Palmares. Na 21ª edição o evento, em conjunto com o Consulado Geral Honorário da República do Senegal para os Estados do Paraná e Santa Catarina, o Centro de Integração Social, Cultural, Comercial e Turístico Afro-Brasileiro e a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Senegal-África, homenageou personalidades que se destacaram pelos relevantes serviços prestados às comunidades paranaenses, afrodescendentes e haitianas.
Presidida pelo deputado Claudio Palozi (PSC), a solenidade começou com um minuto de silêncio para reverenciar as vítimas da tragédia com o avião que transportava a delegação da Chapecoense para Medellín, na Colômbia. Além dos pronunciamentos de Palozi e do cônsul honorário do Senegal, Ozeil Moura dos Santos, se apresentaram a Escola de Dança Art Dança com o Grupo Nômade e o cantor Nattinho, que homenageou o poeta catarinense Cruz e Souza e Zumbi dos Palmares com a música Santa Catarina. Além de Palozi e Ozeil Moura dos Santos, compuseram a Mesa de Honra dos trabalhos o ex-ministro da Saúde e ex-deputado federal Luiz Carlos Borges da Silveira, o ex-deputado federal Amadeu Geara, representando o Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, e o assessor especial da Juventude do Governo do Estado, Edson Lau.
Foram homenageados Abrão Anis Assad; Adailton Pereira da Silva; padre missionário Agler Chérizier; Ana Railene Siqueira de Oliveira; capitão Áureo dos Santos Marcondes; Carlos Alberto Peixoto Baptista; reverendo Daniel Rubens Domingues; capitão Eli Carvalho Ribeiro; Guilherme Max Eschholz; João Carlos da Silva; Francieli Elias Delgado, representando Luci França; Maria Inês Borges da Silveira; Maria Tereza Rosa; e pastor Monima Cherubim.
Símbolo de liberdade – A escolha do dia 20 de novembro para a celebração anual da Consciência Negra refere-se à data em que Zumbi, o grande líder do Quilombo de Palmares, em Alagoas, foi emboscado e morto no ano de 1695. Reconhecido como um dos grandes líderes de nossa história, Zumbi é cultuado como símbolo da resistência e da luta antiescravagista, defensor da liberdade de culto, da religião e da prática da cultura africana no Brasil Colonial.
No longo período de duração da escravidão no país os quilombos funcionavam em locais estratégicos e de difícil acesso, como comunidades de negros fugidos que, de alguma forma, conseguiam escapar do domínio de seus proprietários. O de Palmares foi o mais conhecido, e com o passar dos tempos transformou-se em uma espécie de confederação que abrigava vários quilombos da chamada Serra da Barriga, na região Norte do atual estado de Alagoas.
Segundo o historiador Rainer Sousa, seu crescimento ocorreu principalmente entre as décadas de 1630 e 1650, quando a invasão dos holandeses afetou o controle sobre a população escrava: “A prosperidade e a capacidade de organização desse imenso quilombo representaram uma séria ameaça para a ordem escravocrata vigente. Não por acaso, vários governos que controlaram a região organizaram expedições que tinham por objetivo estabelecer a destruição definitiva de Palmares. Contudo, os quilombos resistiram de maneira eficaz e, ao longo de oitenta anos, conseguiram derrotar aproximadamente trinta expedições militares organizadas com esse mesmo objetivo”, recorda.