03/03/2009 15h37 | por Luana da Silva Borsari / Divulgação / (41) 3350 4188
Por proposição do deputado Tadeu Veneri (PT), ocorreu audiência pública na manhã desta terça-feira (03), para debater políticas de combate às Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e aos Distúrbios Osteomusculares relacionados ao Trabalho (DORT), que são doenças dos ossos, músculos e tendões que afetam principalmente o pescoço e os braços, levando à incapacidade temporária ou permanente de determinados movimentos essenciais ao trabalho. Para Veneri, “é preciso que os sindicatos e os trabalhadores cobrem uma saída, porque o número de atingidos pelas LER/DORT está virando apenas estatística”. O parlamentar lembrou também que a LER tem cura e tratamento, se descoberta no início, e, portanto, o problema pode ser extinto. “A solução virá a partir de uma reorganização de estratégias, com informação, controle social, qualificação de pessoas o estabelecimento de políticas direcionadas para a questão. A nós deputados interessa buscar a qualidade de vida do trabalhador”, ressaltou. Para Roni Anderson Barbosa, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), os acometidos pelas LER/DORT, além dos impecilhos impostos pela doença, enfrentam o descaso das empresas e do próprio Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) durante as perícias médicas. Para os sindicatos trata-se de um desafio buscar a melhoria de vida do trabalhador, o que passa, necessariamente, pela melhoria do ambiente e condições de trabalho. Segundo Barbosa é preciso melhorar a fiscalização, ter uma legislação especifica e médicos capacitados para diagnosticar as doenças do trabalho. “Uma política de saúde é necessária para que mude a situação da LER / DORT”.Maria Lúcia, ex-bancária, reclama do atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “Lá os trabalhadores não tem voz, nem vez. As perícias são rápidas, não se pode argumentar sobre o problema que se tem e nem ao menos sabemos o nome de quem realizou a perícia”, explica. Para o médico perito, Simplício Carlos Barbosa, do serviço de gerenciamento de benefícios por incapacidade do INSS, a função básica da instituição é a concessão de benefícios. No entanto, nem todos os casos que passam por perícias são de incapacitação para o trabalho. “É comum que se acuse erro na perícia do INSS quando o benefício não é concedido e é também natural que as pessoas se queixem quando isso não acontece, porém as reclamações devem ser feitas à ouvidoria e não aos peritos”, explicou. Também participou da audiência professor Lemos, deputado estadual pelo PT, “coloco meu mandato como ferramenta importante ao lado dos sindicatos, e federações como meio de contribuir na defesa do interesse de cada trabalhador e cada trabalhadora”, afirmou.