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Audiência Pública discute demandas dos taxistas paranaenses diante da forte concorrência dos aplicativos e de denúncias de “pirataria”

A discussão, proposta pelo deputado Ney Leprevost (União), reuniu representantes de órgãos de classe, cooperativas e taxistas autônomos.

Reunião ocorreu na manhã desta terça-feira (23), na Sala das Comissões.
Reunião ocorreu na manhã desta terça-feira (23), na Sala das Comissões. Créditos: Valdir Amaral/Alep

Ampliar a fiscalização para evitar a circulação dos chamados “piratas” pelas ruas das cidades paranaenses e desenvolver ferramentas digitais que permitam a concorrência com os aplicativos que transformaram o setor de transporte urbano. Essas são as principais reivindicações dos taxistas ouvidos na audiência pública “Demandas do Setor de Táxi no Paraná”, realizada nesta terça-feira (23), na Assembleia Legislativa.

A discussão, proposta pelo deputado Ney Leprevost (União), presidente da Comissão de Obras Públicas, Transporte e Comunicação da Assembleia, reuniu representantes de órgãos de classe, cooperativas e taxistas autônomos, além de integrantes dos órgãos de fiscalização e regulamentação de municípios e do Estado.

A principal queixa da categoria diz respeito à queda da demanda e, consequentemente, da remuneração com a popularização dos aplicativos de transporte, favorecidos pela facilidade com que a população pode solicitar esse tipo de serviço. Mais do que a concorrência, os taxistas denunciam a presença cada vez mais comum de pessoas que se passam por motoristas cadastrados nos aplicativos, utilizando marcas de empresas conhecidas para realizar transporte clandestino. Essa prática resulta em preços abusivos, insegurança aos usuários e prejuízos ao poder público, que deixa de arrecadar impostos.

“A Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicação tem feito audiências públicas sobre diversas questões que afetam a vida do paranaense. Hoje ouvimos as demandas dos taxistas e vamos elaborar um relatório detalhado, minucioso e técnico, para encaminhar às prefeituras, pedindo as melhorias que eles propuseram. Melhorias tanto para o trabalho dos motoristas quanto para a qualidade do atendimento aos passageiros. O serviço de táxis é um patrimônio cultural, histórico e turístico de Curitiba, e eles têm o direito de serem ouvidos e atendidos da melhor forma possível”, destacou Leprevost.

Fiscalização e campanha

Para os taxistas, além de uma fiscalização rigorosa que retire das ruas os motoristas irregulares, a concorrência em condições de igualdade com os aplicativos só será possível com a criação de uma plataforma própria para a categoria.

“Na verdade, nós temos uma situação muito complicada, em que carros particulares invadiram várias cidades sem qualquer fiscalização. Hoje em dia, muitas pessoas trabalham sem estarem cadastradas em aplicativos. Precisamos fiscalizar isso, porque nos grandes eventos das grandes cidades do Paraná existe uma invasão muito grande, que atrapalha o serviço de táxi. E a população corre riscos, porque não sabemos quem está dentro daquele carro, dirigindo e transportando vidas”, afirmou Djalma Rodrigues, presidente do Sindicato dos Taxistas do Estado do Paraná (Sinditáxi-PR).

Diante dessa concorrência ilegal e dos riscos enfrentados pelos usuários, muitas vezes acreditando que o motorista pirata atua de forma regular, os taxistas solicitaram a realização de campanhas educativas para orientar a população.

A iniciativa destacaria a importância de utilizar apenas os táxis oficiais ou solicitar corridas exclusivamente pelos aplicativos, evitando a negociação direta com supostos motoristas de aplicativos, especialmente na saída de grandes eventos. Os taxistas também pedem que os órgãos municipais e estaduais de trânsito ampliem a fiscalização para retirar os “piratas” de circulação.

Outra proposta defendida pela categoria é a criação de um aplicativo oficial, válido em todo o Estado, para conectar a população ao serviço de táxis. A ideia é replicar o modelo das plataformas de transporte particular, permitindo que o usuário saiba o valor da corrida no momento da solicitação. De acordo com os taxistas, isso aumentaria a competitividade do setor e ampliaria significativamente o número de passageiros.

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