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Banco Central trava crescimento do salário do trabalhador brasileiro, aponta deputado Romanelli (PSD) durante prestação de contas da Sefa

Deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD).
Deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD). Créditos: Orlando Kissner/Alep

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD) disse nesta segunda-feira (22) que a alta taxa de juros (Selic) definida pelo Banco Central, hoje na ordem de 15%, impede o crescimento real dos salários do trabalhador brasileiro. "Nós estamos com empregos demais, ou seja, temos um excesso de vagas de emprego e de salário de menos", avaliou Romanelli na sessão da prestação de contas da gestão fiscal do segundo quadrimestre deste ano pela Secretaria Estadual da Fazenda na Assembleia Legislativa.

"Pela economia clássica liberal, quando se tem um excesso de vagas no mercado de trabalho, a tendência é do crescimento do valor do salário que é ofertado. E não é isso que ocorre. O salário disponibilizado nas agências do trabalhador, para dar um exemplo, é de pouca qualificação. Isso é um pouco do perfil, inclusive, do País que de uma maneira geral exporta a mão de obra mais qualificada para outros países", completou o deputado.

Com mais de R$ 2,3 bilhões liquidados entre janeiro e agosto, apontou o secretário Norberto Ortigara, o Paraná alcançou um novo recorde de investimentos. O valor é o maior já registrado pelo Estado em toda a série histórica, iniciada em 2001. Em relação ao mesmo período de 2024, quando o Estado pagou R$ 1,5 bilhão, isso representa um salto de 49%.

Dados

Segundo dados da Secretaria do Trabalho e Emprego, o Paraná tem hoje mais de 23 mil vagas abertas nas agências do trabalhador. A taxa de desemprego no estado foi de 3,8% (pleno emprego) no segundo trimestre de 2025 e do país ficou em 5,8%. A quantidade de pessoas trabalhando com carteira assinada em território paranaense chegou a 3.321.347. Já o país contava com cerca de 48,4 milhões de vínculos de emprego formal em julho de 2025, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego.

Romanelli apontou ainda que a partir de 2015 houve uma forte corrente migratória de mão de obra qualificada para fora do país. E, ao mesmo tempo, o salário do comércio e dos serviços é pouco superior ao salário mínimo. E o da indústria é um pouquinho acima dos R$ 2 mil reais, mas também um salário baixo", observou.

O Paraná tem o maior salário mínimo do país entre R$ 1.984,16 a R$ 2.275,36, e o piso nacional em 1.518. Segundo cálculos do Dieese, o salário mínimo nacional deveria estar na casa dos R$ 7 mil para cumprir a maior das necessidades do trabalhador. "A questão dos juros da mantida em 15% pelo Banco Central trava o aquecimento pleno da economia e, consequentemente, dos salários pagos aos trabalhadores", disse.

Trava

"Há muitos setores, inclusive, que estão desacelerados. Por exemplo, a construção civil é um grande empregador e o setor está praticamente paralisado. Ainda pouco estava com o sindicato da habitação (Secovi) que nos relata esta situação", destacou.

De janeiro a maio deste ano, a construção criou mais de 10 mil empregos no Paraná e apesar de que o estado é o terceiro maior empregador do setor, o crescimento do setor depende do aquecimento da economia. "No passado, o setor criou 13 mil empregos no Paraná e com o crescimento da massa salarial, o impacto positivo no setor é imediato e o mais rápido para dar respostas na criação de mais empregos"

A queda de arrecadação dos impostos, especialmente do ICMS (de 1% a 1,3%) como exposta na sessão, para o deputado é mais um indicador de que a economia está desacelerando. "O Banco Central não está fazendo a leitura correta, inclusive na questão da manutenção da taxa de juros em 15%. Quero uma explicação mais convincente por que temos vagsa de emprego demais e salários a menos", afirmou.

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