O deputado Valdir Rossoni (PSDB), líder da Oposição na Assembléia disse nesta quarta-feira, 31, que os episódios envolvendo a demissão do ex-procurador Sérgio Botto de Lacerda da presidência dos conselhos da Paranaprevidência e Elejor são mais uma evidência da necessidade urgente da Assembléia instalar uma CPI da Corrupção para investigar um número enorme de denúncias de corrupção envolvendo o governo Requião. Rossoni recordou que Sérgio Botto de Lacerda caiu depois que se descobriu que ele havia discutido sua contratação pela multinacional francesa Vivendi/Sanedo, integrante do consórcio Dominó, sócio da Sanepar, para agir como advogado contra os interesses do governo. Isso logo depois de ter defendido os interesses do estado em diversas instâncias, inclusive aquelas envolvendo o conflito do governo com o grupo Dominó. “Uma correspondência divulgada pelo próprio Botto revela que ele só não foi contratado porque considerou os valores oferecidos ‘insignificantes’”, disse Rossoni. O líder da oposição disse estar preocupado com o fato que o mesmo Sérgio Botto de Lacerda “que demonstra essa capacidade para atuar ora contra ora a favor dos interesses do governo, esteve na Assembléia, na condição de conselheiro da Sanepar, para defender a lisura dos contratos da Sanepar com a Pavibras. O caso Pavibras envolve uma licitação pública de R$ 69 milhões, a empresa embolsou R$ 113 milhões cobra mais R$ 40 milhões na Justiça e ainda não concluiu a obra”, recordou. Para Rossoni “o governo Requião está apodrecendo em público e a gravidade da situação se evidencia pelo fato que a maioria das denúncias mais graves vem de gente do próprio governo, que tão logo faz a denuncia é rapidamente demitida. Nessa situação citou as denúncias gravíssimas envolvendo a Ceasa, que resultou na demissão de Sandra Turra, as do Porto de Paranaguá, que produziram a demissão de Leopoldo Campos e as do IAP, que resultaram na prisão de Elma Romanó”. “O governador é omisso e parece amedrontado com o volume de corrupção que engolfa seu governo, conforme observa o próprio Sérgio Botto em carta aberta a Requião”, disse Rossoni. “Só é rápido e ágil em demitir aqueles que se atrevem a denunciar os desmandos e a corrupção que campeia solta”. “Este é o momento decisivo para se proceder uma correção de rumo, para se corrigir o que está errado. Que se demitam as ratazanas. Se demitam os ladrões, e se faça uma faxina", disse Rossoni. “Mas essa faxina fundamental só poderá ser feita com uma CPI da Corrupção que abra a caixa-preta do governo. A bancada da oposição, a bancada independente e até mesmo a bancada do governo precisam apoiar essa CPI, única forma de passar o Paraná a limpo”, concluiu Rossoni. Caos instaladoO deputado Ney Leprevost (PP) se mostrou estarrecido com o conteúdo da carta enviada pelo ex-procurador Sergio Botto de Lacerda e com a quantidade de denúncias que envolvem a atual administração. “O incrível é que as denúncias partem do próprio governo. Nunca vi tamanha autofagia”, destacou.Leprevost se disse preocupado com a morosidade da administração. “Infelizmente não vemos sinal de que a situação vá mudar. Estamos vendo a auto-destruição do governo. E o governador nada faz para mudar esse quadro. Parece que ele desistiu de governar”, concluiu o parlamentar.O deputado Douglas Fabrício (PPS) acredita que a instalação da CPI da Corrupção é inevitável. “As informações apresentadas pelo Dr. Botto reforçam ainda mais a necessidade de se instalar uma CPI. Esperamos ter o apoio dos deputados governistas para que eles possam ajudar o próprio governo. Com esse apoio na CPI, todos terão condições de ajudar o Paraná a sair desta situação crítica”, ponderou