O deputado estadual Soldado Fruet (PROS) alertou, na sessão plenária desta terça-feira (17) da Assembleia Legislativa do Paraná, para os riscos da aprovação do projeto de lei 372/2021, que autoriza a delegação de rodovias estaduais para o Governo Federal. “Se esta Casa aprovar o PL enviado pelo governador e autorizar a transferência das rodovias à União, apenas após isso, depois da lei sancionada, ou seja, sem volta, a União nos dirá onde serão instaladas as praças de pedágio, quais serão as obras, quais serão as tarifas e tudo mais”, apontou, ressaltando que “até sair o edital preparado pela União, tudo que temos são expectativas, promessas e palavras vazias”.
“Não há a menor possibilidade de aceitarmos isso”, declarou o Soldado Fruet, destacando que “já vimos a Assembleia passar cheques em branco ao governador, mas esse cheque terá um valor muito alto”. Segundo ele, a aprovação do PL “terá o valor do suor dos paranaenses, dos empresários, transportadores, alunos que se deslocam para estudar em cidades vizinhas; da dona de casa que, ao comprar qualquer produto em um supermercado, pagará o pedágio embutido no novo preço desse produto; esse valor será cobrado diariamente dos paranaenses durante 30 anos".
BR-467 - O deputado também comentou sobre a polêmica praça de pedágio prevista entre Toledo e Cascavel. “Estamos ouvindo nesta Casa que o pedágio na BR-467 ainda não está definido, que nada está concretizado”, pontuou. “Vamos parar com esse lero-lero, com demagogia. A BR-467 já consta no plano e nos estudos disponíveis na página oficial de concessões do Governo Federal (ppi.gov.br). Então, é certo que este pedágio será implantado, a menos que todos nós nos unamos, juntemos nossa voz e nossa força às vozes e forças que vêm das ruas, da sociedade civil organizada do nosso Oeste paranaense, que tem demonstrado claramente que não aceita esta praça de pedágio, que coloca uma porteira entre duas das suas principais cidades”, disse.
De acordo com o deputado, a Assembleia tem a oportunidade de fazer o que o governador não fez: “fazer ecoar a voz do povo e forçar uma negociação com o Governo Federal”. Segundo ele, não adianta dizer que o governador negociou um modelo exclusivo para o Paraná, que conquistou uma vitória evitando o modelo híbrido, quando, na verdade, estamos entregando diversas rodovias à União e à iniciativa privada; quando, na verdade, estamos sim em um modelo híbrido, pois os descontos estão condicionados a um aporte financeiro". Para o parlamentar, “mudaram o nome, mas não a forma”.
O Líder do PROS na Assembleia salientou ainda que, apesar da redução inicial das tarifas, com o aumento do número de praças e após o degrau tarifário das obras, “no final das contas, veremos situações onde o pedágio ficará até 40, 50% mais caro do que é hoje”. O deputado Soldado Fruet classificou o pedágio como um “furto legalizado”: “pedágio não é bom, nunca foi e nunca será; aliás, só é bom para as concessionárias, que, durante 30 anos, deverão lucrar uma média de R$ 8 milhões diariamente, isso, sem os reajustes e degrau tarifário”.