Chamam-me os discursistas de assistencialista. Numa assembléia que vejo discursos conduzirem a nada, prefiro me alinhar na frente do assistencialismo. Um discurso meu na tribuna da Assembléia, se perderia entre tantos outros. Nenhuma nota na Imprensa que cumpre o seu papel, preocupada com as falas das lideranças e principalmente com questões eleitorais. Uso o meu tempo, de segunda à quarta, participando de reuniões plenárias, aprovando ou desaprovando projetos de acordo com a minha consciência, sempre voltada para as melhorias da vida da gente paranaense. De quinta a domingo, viajando por ai de Norte a Sul e de Leste a Oeste. Sentindo os problemas duma ou doutra prefeitura. Conversando com prefeitos, com vereadores, com lideranças comunitárias e empresariais, estes sim, os que sentem os problemas das suas comunidades. Orgulho-me da existência do Ceame - uma instituição que conta com a solidariedade de mil devotados companheiros e colaboradores. O Ceame é o meu discurso. Dia houver que não hajam filas de doentes à espera por uma senha, desde às três horas da manhã por um atendimento do SUS, com consultas marcadas para três mêses depois; quando o direito à saúde desses nossos irmãozinhos forem respeitados; quando as nossas administrações municipais, nossos prefeitos não tiverem que expor suas vidas em suas viagens para Curitiba para pleitear os recursos que lhes são devidos pelo muito que contribuem os seus municípios para o crescimento do Estado e da Nação, saio da vida política. Enquanto isso, deixar de caminhar, nunca! Eu me exponho: numa cidade um agradecimento, noutra, uma cobrança. Mas deixar de caminhar, nunca!