A Federação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf Brasil) realiza mobilizações em vários estados, nesta quinta-feira (14/05), para defender um pacote emergencial de medidas em socorro aos agricultores familiares vítimas da estiagem no Sul e das enchentes nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Os agricultores familiares defendem que o governo adie os vencimentos dos financiamentos de produtores e agroindústrias familiares das regiões atingidas por um prazo mínimo de 120 dias e que uma equipe ministerial faça vistorias nessas regiões para avaliar de perto os estragos nas áreas rurais. Também querem a liberação imediata de R$ 100 mil para as prefeituras que decretaram situação de emergência, a fim de que elas possam disponibilizar água às propriedades por meio da contratação de transporte adequado. Além disso, eles reivindicam a autorização para que sejam utilizadas as águas dos lagos das usinas hidrelétricas para atender a demanda animal.Seguro desemprego para agricultores A Fetraf está reivindicando do governo federal a criação de um seguro desemprego para a manutenção durante seis meses das famílias de agricultores que perderam a lavoura para a estiagem ou para as inundações. “Se somos reconhecidos como uma categoria profissional que gera renda, também necessitamos de um seguro desemprego”, afirma o secretário geral da Federação, Marcos Rochinski. Eles pedem ainda a perfuração de poços artesianos onde for necessário, a revisão dos poços já perfurados, a doação de cestas de alimentos às famílias atingidas pela seca e enchentes, bem como a liberação de estoques para a alimentação dos animais. Ainda referente à pauta nacional, os agricultores familiares querem que o governo constitua um grupo de trabalho para fazer um diagnóstico e discutir políticas públicas relacionadas ao Código Florestal.No ParanáA Fetraf vai realizar uma manifestação amanhã, em Curitiba, para entregar as pautas de reivindicações aos organismos dos governos federal e estadual, tanto a emergencial, sobre a situação das famílias vítimas da estiagem, quanto a de política agrícola e ambiental. A entidade estima que aproximadamente 500 agricultores participem das mobilizações na capital do Paraná. Eles começam o dia com uma concentração na sede do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) — na rua Engenheiros Rebouças, 1206 —, entregam a pauta ambiental ao órgão e partem em caminhada, às 9h30, até a sede do Ministério da Fazenda — rua Marechal Deodoro, 555. Ao meio-dia, os agricultores pretendem fazer uma distribuição de alimentos na praça Santos Andrade. Ás 11h, uma comissão entregará a pauta estadual ao governador Roberto Requião no Palácio da Araucárias. Três pontos básicos estão entre as prioridades dos agricultores nessa audiência: o programa de habitação rural — conclusão das parcerias já existentes, continuação do programa e um programa-piloto de construção de casas com madeiras das áreas de reflorestamento do próprio governo estadual —; a celebração de parceria para promover um arrastão de regularização fundiária e a preservação ambiental.“Estamos dispostos a construir com o IAP e Emater um amplo processo de proteção e recuperação das fontes naturais de água nas propriedades, além de trabalhar a distribuição de mudas de espécies nativas para o replantio”, diz Rochinski. “Também não basta resumir a questão ambiental à reserva legal, mas é preciso discutir um modelo de agricultura e de práticas de manejo agropecuário que não agridam a natureza, como critério para destinação de financiamento público”, conclui.Contato: - Marcos Rochinski – Secretário Geral da Fetraf – (42) 9911-2184;- Neveraldo Oliboni – Coordenador da Fetraf no Paraná – (46) 9105-2576;- Luciane Bosenbecker – Assessora de imprensa da Fetraf-Sul/CUT – (49) 9914-0788 / 3329-3340;- Deputada Luciana Rafagnin – (41) 3350-4087 / 3350-4249 – Em Francisco Beltrão: (46) 3524-0939.