Deputado chama atenção para o risco de “efeito-cascata” no projeto de mini-reforma tributária do governo do EstadoO deputado estadual Fernando Carli Filho (PSB) encerrou o período legislativo de 2008 com um marcante desempenho em plenário. Ele foi um dos principais debatedores da sessão que encerrou na madrugada desta quinta-feira (por volta das 4 da manhã) e que discutiu exaustivamente o projeto de mini-reforma tributária enviado pelo governo do Estado. O parlamentar pessebista advertiu, em diferentes momentos, que os aumentos do ICMS previstos na proposta, mesmo com a redução da alíquota em alguns produtos, podem se tornar numa “bomba de efeito retardado” para os contribuintes paranaenses.A mini-reforma acabou sendo aprovada pela maioria dos deputados ligada ao governo estadual. A sessão foi bastante tumultuada, chegando a momentos de muita tensão. Fernando Carli Filho fez diversas intervenções na tentativa de evitar majorações na alíquota de combustíveis, energia e comunicações. “É evidente que haverá um efeito-cascata. Esses aumentos vão provocar mais gastos para os consumidores, mesmo entre os produtos do setor alimentício que, pelo projeto do governo, deverão sofrer uma redução nas prateleiras dos supermercados” – salientou. AUMENTO ANUNCIADOO parlamentar ouviu declarações de representantes do setor de combustíveis nesta quinta-feira e se mostrou preocupado com o virtual aumento de preços no setor. “A previsão é de que a elevação de 2% na alíquota dos combustíveis provoque de imediato uma elevação no patamar de R$ 1,00 nas bombas dos postos”, comentou. “Esperamos que os empresários consigam absorver o aumento sem repassar para os clientes, mas ainda terão de computar a energia e a telecomunicações, que também foram impactados pelo projeto governista”, acrescentou.Explicando o que considera como “efeito-cascata”, Fernando Carli Filho lembrou que os setores de energia, comunicação e combustíveis são fortes componentes na planilha de custos das empresas. “Pelo projeto, haverá redução no preço dos alimentos, porque os supermercados apenas repassam custos. Mas a dúvida agora é saber se a sociedade terá condições de arcar com preços em itens básicos, como o de combustíveis, sem que isso interfira no custo final, inclusive dos próprios supermercadista” – avaliou ele. Para o deputado, o ideal seria que o governo mantivesse paridade em sua política fiscal, aplicando alíquotas menores para todos os itens. “Vamos nos manter vigilantes na Assembléia Legislativa, com o mesmo ímpeto que assumimos nosso papel de legisladores durante a votação da mini-reforma tributária”, antecipou Fernando Carli Filho.