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Deputado Fernando Carli Filho (psb)

Os 57 anos da Cooperativa Agrária Mista Entre Rios Ltda., situada no distrito de Entre Rios, em Guarapuava, foram lembrados pelo deputado estadual Fernando Carli Filho (PSB) em pronunciamento no “Grande Expediente” da Assembléia Legislativa do Paraná, na tarde desta segunda-feira (5). Classificando seu discurso como um “registro histórico de grande significado para o Estado”, o parlamentar citou o percurso realizado pelos suábios do Danúbio, na antiga pátria Iugoslávia, durante o Império Austro-Húngaro, o exílio na Áustria após a 2ª Guerra Mundial e a vinda para o Brasil em 1952, onde fundariam a Cooperativa Agrária no dia 5 de maio daquele ano.Segundo Fernando Carli Filho, o distrito de Entre Rios tornou-se um exemplo de comunidade rural e de cooperativismo graças à quase 6 décadas de “muito trabalho e dedicação”. Ele destacou a força econômica da Agrária, cujo faturamento em 2007 atingiu R$ 1 bilhão, sendo detentora da Agromalte S.A. (maior maltaria da América Latina), fábrica de ração, moinho de trigo, fábrica de óleo de soja bruto, indústria de panificação, e empregando 1.100 funcionários.Para o deputado, Entre Rios se transformou “numa referência em organização social e econômica” porque os diretores da Cooperativa investiram com decisão em pesquisa e no reinvestimento dos lucros em obras de infra-estrutura. “Foi decisiva, também, a preservação da cultura e das tradições de seus antepassados”, salientou.Entretanto, o parlamentar advertiu que o crescimento de Entre Rios não se deve a nenhum “milagre”, lembrando que os cooperados da Agrária enfrentaram grandes dificuldades no início, obrigando muitas famílias a retornarem para a Europa. “Os cooperados da Agrária seguem as mesmas regras impostas pelo governo para o setor rural. Estão sujeitos a todas as variações da política agrícola, e, na maioria das vezes, da falta de uma política agrícola com regras claras e condizentes com a realidade dos nossos agricultores”, observou o deputado.Segundo Fernando Carli Filho, a Cooperativa Agrária é hoje pesquisada por estudiosos de vários países, um modelo de cooperativismo que “pode ser seguido por outras comunidades”. ÍNTEGRA DO PRONUNCIAMENTO “Entre Rios é fruto de muita pesquisa, trabalho e dedicação” Senhor Presidente...Senhoras Deputadas, Senhores Deputados.Amigos que nos acompanham das galerias, pela TV Sinal, da Assembléia Legislativa, amigos da imprensa.O assunto que trago até os senhores é referente a um registro histórico de grande significado para o Estado.Há exatamente 57 anos, o Paraná ganhava um de seus maiores símbolos econômicos, no distrito de Entre Rios, município de Guarapuava, com a instalação da Cooperativa Agrária Mista Entre Rios Ltda. Na época, 500 famílias de imigrantes suábios, recém-chegados da Áustria, começavam ali uma saga que cruzaria essas 5 décadas de existência, consolidando uma das mais influentes comunidades rurais em nosso País. Devo dizer que aquelas famílias desembarcaram no Brasil na condição de refugiados de guerra. Antes, permaneceram durante 7 anos na Áustria como exilados, após serem expulsos de seu país de origem, a Iugoslávia, numa sangrenta perseguição étnica. No decorrer do tempo, a Cooperativa Agrária transformou-se numa referência em organização social e econômica. É proprietária da maior maltaria da América Latina – a Agromalte S.A. Está entre as comunidades agrícolas com maior índice de produção e produtividade em soja, milho, trigo, cevada, aveia e triticale. Mais recentemente, incorporou o cultivo de flores e indústria do setor de panificação. Do ponto de vista social, a Cooperativa Agrária responde, diretamente, pela vida de milhares de pessoas. O distrito de Entre Rios está distribuído em 5 comunidades, núcleos urbanos dotado da mais moderna infra-estrutura. A maioria de seus moradores cultiva o idioma e as tradições germânicas, em respeito à história de seus antepassados e à diversidade cultural que marca este grandioso e hospitaleiro país, chamado Brasil.Os suábios do Danúbio viveram durante dois séculos no Baixo Médio Danúbio, no Sudeste da Europa, durante a vigência do Império Austro-Húngaro. Foram lá colocados para cultivar áreas que eram verdadeiros pântanos. Em 200 anos, transformaram essas áreas no “Celeiro do Império Austro-Húngaro”.Em quase 60 anos aqui no Brasil, os suábios conseguiram suplantar toda sorte de dificuldades. No começo, muitas famílias não resistiram e retornaram para a Europa. As que ficaram, modificaram completamente as terras do interior de Guarapuava e legaram ao Paraná novos e revolucionários conceitos de convivência no meio rural.Atualmente, a Cooperativa Agrária emprega 1.100 funcionários. No ano passado, o faturamento do complexo Agrária (com a maltaria, fábrica de ração e indústria de óleo) foi de aproximadamente 1 bilhão de reais.O que aconteceu e acontece em Entre Rios – senhoras deputadas, senhores deputados – não é fruto de nenhum milagre. É produto, sim, de muita pesquisa, de muito trabalho, de muita dedicação. Os cooperados da Agrária seguem as mesmas regras impostas pelo governo para o setor rural. Estão sujeitos a todas as variações da política agrícola, e, na maioria das vezes, da falta de uma política agrícola com regras claras e condizentes com a realidade dos nossos agricultores.O que fez de Entre Rios uma comunidade diferente, foi a decisão dos diretores da Cooperativa Agrária, nesses anos todos, de investir decididamente em pesquisa, no reinvestimento dos lucros em obras de infra-estrutura.Foi decisiva, também, a preservação da cultura e das tradições de seus antepassados.Graças a isso, Entre Rios tornou-se um centro procurado por estudiosos do mundo inteiro, pelos mais renomados pesquisadores em história, agricultura e costumes. Passou a ser visto como um exemplo de que o cooperativismo é um modelo viável e pode ser seguido por outras comunidades.Fica aqui o nosso registro.Parabéns aos suábios do Danúbio, parabéns à Cooperativa Agrária. E o nosso desejo, de que sua história possa contribuir cada vez mais para o desenvolvimento do nosso Estado e do nosso País.Muito obrigado.
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