O deputado Plauto Miró Guimarães, dos Democratas, defendeu nesta quarta-feira (11) a fidelidade partidária e pediu que o Congresso Nacional seja prudente na discussão da reforma eleitoral. “A moralidade na política passa pela fidelidade partidária. Não podemos retroceder”, afirmou.Tendo como única filiação o PFL (hoje, denominado Democratas), o deputado disse que está acompanhado com muita atenção as notícias que envolvem o País e um dos temas principais que tomam conta da classe política e dos jornais, são as discussões sobre as eleições de 2010, onde serão eleitos o presidente da República, senadores e também deputados federais e estaduais. “Nesse contexto, temos a proposta de reforma eleitoral, que ainda vai ser discutida e votada no Congresso, mas que já sugere mudanças para 2010. Muitas das quais não concordamos”, ressaltou o parlamentar. Plauto Miró lembrou que tem respeito por pessoas que se posicionam partidariamente e defendem uma posição, uma linda ideológica e programática, sem ter a necessidade de estar pulando de partido, como ‘pipoca na panela’. “Pois bem, a proposta apresentada contempla a infidelidade partidária, mesmo depois de toda a cobrança da sociedade para que os candidatos eleitos pelo voto popular não pudessem trocar de partido, horas ou dias depois de eleitos. O Supremo Tribunal Federal, com seu colegiado, também já se posicionou pela fidelidade partidária e exige que isso seja cumprido”. Apesar disso, o deputado destacou que o atual texto sugere uma janela para a infidelidade. “Quer dizer, todos aqueles que estiveram ou apoiaram um partido aliado ao presidente da República ou do atual governo, ao chegarem perto das eleições de 2010 e verem que a probabilidade de vitória está no candidato oposto ao qual apóiam hoje, poderão trocar de partido e ficar ao lado de quem tem a perspectiva de vitória. Todos pregam a fidelidade para seus eleitores, mas na hora da eleição tomam destino completamente diferente daquele que defendem”, criticou o líder do Democratas.O deputado também criticou outras propostas para a ‘nova’ regra eleitoral. Entre elas, a alteração que visa dar fim ao voto do eleitor no seu candidato. “A população passaria a votar em chapas de partidos e não em seus candidatos, com os quais simpatiza e apóia pela proximidade das convicções”, disse.Outra proposta que o parlamentar diverge diz respeito ao financiamento público de campanhas, ou seja, dinheiro da população patrocinando campanhas eleitorais. “Se apenas o dinheiro público fosse permitido, eu concordaria. Mas a verdade é que a maior parte dos candidatos vai utilizar o dinheiro público e também vai se valer da iniciativa privada para financiar suas campanhas. Isso não seria correto”, avalia Miró, que também defende a validade da cláusula de barreiras, impedindo que partidos sem expressão sejam utilizados como moeda de troca nas alianças políticas. “Eu saliento, não são todos, mas boa parte dos partidos se comporta desta maneira, servindo como instrumento de negociação para interesses pessoais. Temos cinco linhas de pensamento no País (centro, centro-esquerda, esquerda, centro-direita e direita), mas por que temos mais de trinta siglas partidárias? Não seria o ideal que todas se ajustassem sobre essas cinco linhas-base?”, questionou o parlamentar. Para o deputado, está na hora dos partidos políticos se fortalecerem, exigirem comprometimento dos seus candidatos e agentes filiados. “Apoiamos novas normas para o processo eleitoral, mesmo sabendo que muitas propostas são polêmicas. Contudo, é preciso dar um passo rumo à transparência e moralização da política”, afirmou Plauto Miró.