As concessionárias convocadas pela Comissão de Fiscalização da Assembléia Legislativa terão uma semana para responder aos questionamentos dos membros da comissão sobre o pedágio nas estradas do Paraná. As concessionárias convocadas – Ecovia (Caminhos do Paraná), Viapar (Rodovias Integradas do Paraná, Rodovia das Cataratas), Econorte (Rodovias do Norte), Caminhos do Paraná e Rodonorte (Rodovias Integradas) - não atenderam às convocações individualizadas e enviaram como representante o diretor regional da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias), João Chiminazzo Neto.O presidente da Comissão de Fiscalização, Artagão Júnior (PMDB), disse que foi enviado convite a cada uma das concessionárias em particular, “e apareceu um representante de todas elas”. Segundo Artagão, é importante a presença de cada concessionária, “pois a realidade de uma pode ser diferente da realidade das outras”. CLAMOR POPULAR - Segundo o vice-presidente da comissão, Reni Pereira (PSB), há um clamor da sociedade em relação aos preços cobrados pelo pedágio. Esse clamor é ainda maior depois das concessões oferecidas pelo governo federal, com preços extremamente menores. Reni Pereira questionou a exclusão de obras do contrato inicial. “O que se cobra não é só o custo, mas também as obras que foram paralisadas”, disse Reni Pereira. O deputado do PSB afirmou também que o número de obras foi diminuído, em relação ao contrato inicial, e que o investimento das concessionárias é muito pequeno. O deputado também exigiu das concessionárias uma tarifa mais transparente.REDUÇÃO JÁ - O deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), líder do Governo na Assembléia Legislativa, declarou que o objetivo das reuniões com as concessionárias é reduzir o valor do pedágio. “O pedágio está estrangulando a economia do estado. Os usuários estão buscando caminhos alternativos. O pedágio no Paraná não é solução, é problema”, ressaltou.O líder do Governo citou um fato curioso que ocorreu durante a distribuição dos lotes do pedágio. Segundo ele, após a licitação feita pelo Governo Lerner, o empresário Cecílio Rego Almeida, que havia construído a estrada Curitiba-Paranaguá, deu um soco na mesa e exigiu que fosse dele a concessão da estrada ao litoral. Romanelli perguntou ao representante das concessionárias se elas estariam dispostas a abrir mão dos contratos firmados na época do governo Lerner. Além desta, o líder do governo na Assembléia Legislativa colocou ao diretor regional da ABCR diversas questões. Romanelli afirmou que o pedágio representa uma sangria para a economia paranaense e que as concessionárias só se disporão a negociar quando virem ameaçados os seus lucros.SEM RISCO - Nereu Moura (PMDB) declarou que o caminho mais adequado para resolver o problema do pedágio é vislumbrar a sua redução. E ressaltou que a justiça sempre tem se colocado do lado das concessionárias por ocasião do reajuste “das tarifas abusivas do pedágio no Paraná”.Elton Welter (PT) perguntou por que o preço do pedágio não cai, quando a taxa de juros e o risco Brasil tiveram quedas significativas. Ele também questionou o representante das concessionárias, pedindo explicações porque a duplicação da rodovia entre Cascavel e Medianeira está paralisada.GOLPE - O deputado Jocelito Canto (PTB) afirmou que o Governo Lerner deu dois golpes no povo. O primeiro foi ao bolar o pedágio e fazer uma licitação dirigida. O segundo foi ao baixar as tarifas em 50%, pouco antes das eleições de 1998. Venceu as eleições e as tarifas voltaram aos preços anteriores logo depois que ele tomou posse em sua segunda gestão no governo do Estado.A reunião da Comissão de Fiscalização foi presidida pelo deputado Artagão Júnior (PMDB) e dela também participaram como membros os deputados Reni Opereira (vice-presidente, PSB), Plauto Miro (DEM), Durval Amaral (DEM), Jocelito Canto (PTB), Elton Welter (PT) e Nereu Moura (PMDB).