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Entidades Agrícolas Afirmam que o Setor Não Suportará Mínimo de R$ 437,00

02/05/2006 18h43 | por Carlos Souza e Flávia Prazeres
Para Editoria de PolíticaDistribuído em 02/05/06Jornalista: Carlos Souza e Flávia PrazeresA Assembléia Legislativa recebeu nesta terça-feira (02) os presidentes da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski e da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Menegueti para exporem suas posições a respeito da implantação de um mínimo regional de R$ 437,00, proposto pelo governo estadual.De acordo com o presidente, a agricultura paranaense não irá suportar o impacto deste aumento, uma vez que as safras de 2005 e 2006 tiveram segundo ele uma perda de 10 milhões de toneladas de grão. Além disso, Koslovki aponta outros dados como a queda em 39% do dólar, o aumento do custo de produção e a baixa dos valores da exportação.“Buscamos que com a aprovação deste mínimo regional o governo estadual respeite a livre negociação, pois tivemos uma queda no preço dos produtos de 27% a 60%, sendo registrada a maior perda no milho, na soja e no trigo, e mais recentemente no frango. O aumento em 45% do valor praticado hoje pode representar na agricultura o desemprego e a queda da produção”, salientou Koslovski.FAEP - A Federação da Agricultura do Estado do Paraná também se posicionou de forma contrária a aprovação do salário mínimo regional no Estado. “Em função da crise agropecuária, que aumentou custos de produção e reduziu renda, somada à seca e a dificuldade em alongar as dívidas, a intenção dos produtores rurais que tem funcionários já é demitir. A situação pode se agravar ainda mais caso seja aprovado o piso salarial no campo de R$ 437,00, como está sendo proposto pelo Governo do Estado”, afirmou o presidente da FAEP, Ágide Meneguette.De acordo com a entidade, pesquisa de opinião pública realizada pela empresa Paraná Pesquisas com 1862 agropecuaristas paranaenses, em 60 municípios, 49,32% afirmam que vai haver demissões em suas propriedades caso entre em vigor o novo salário mínimo regional. 10% afirmaram que vão substituir mão-de-obra por máquinas e outros 10,17% não responderam ou não sabe quais serão os resultados. Em 30,51% das respostas os empregadores afirmaram que não haverá demissões em suas propriedades. A pesquisa realizada tem um grau de confiança de 95,5%, com margem de erro de 2,3%.No documento entregue pela Faep aos deputados estaduais, Meneguette lembra que a agropecuária paranaense – tal como a brasileira – está em crise desde o segundo semestre de 2004 quando os preços internacionais caíram e nossa moeda foi sobrevalorizada. “Com a queda do dólar, muitos produtores de trigo, soja e milho arcaram com um grande prejuízo, uma vez que o produto nacional teve dificuldades de comercialização em nosso país e foi vendido abaixo do preço mínimo de R$ 24,00. O mesmo se repetiu em 2005, com a saca de trigo sendo vendida abaixo de R$ 19,00”, ressaltou o presidente da entidade ao ilustrar um dos problemas enfrentados pela agricultura.A Faep diz ainda que somada as difíceis condições de comercialização a ocorrência de três anos de secas consecutivas também reduziram substancialmente a produção. “E, para agravar ainda mais a crise do setor, a ocorrência de febre aftosa derrubou os preços das carnes de bovinos, suínos e aves e do leite”, acrescentou Ágide Meneguette.A Faep também lembra que em virtude dos preços recebidos – conseqüência da política cambial – os produtores rurais não conseguem renda suficiente para pagar suas dívidas, que vêm se acumulando desde o primeiro semestre de 2005. “Sem renda e sem condições de pagar as dívidas acumuladas com os bancos e fornecedores, os produtores perdem o crédito, o que é comprovado pela redução dos financiamentos de crédito rural com juros controlados de 8,75% da ordem de R$ 2,3 bilhões em 2005”, destaca a entidade que representa mais de 85 mil produtores, dos quais 85% deles apresentam terras com até 50 hectares.

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