ESTAGNAÇÃO E INCOMPETÊNCIA Deputado Barbosa Neto (PDT)O Paraná vem vacilando no seu histórico ritmo de desenvolvimento. Está exigindo um novo projeto de desenvolvimento que o retire do eixo arrogante, pretensioso e vulgar que o vem anestesiando nos últimos anos. Há uma implacável incompetência geradora da decadência que vem devastando as perspectivas criadoras do Estado.Veja o exemplo do Estado de Goiás. Na última década deslocou-se da posição de 11ª economia para o 8º lugar, entre as unidades federativas. A ação do seu governo ao buscar o desenvolvimento traçou uma estratégia de planejamento indutor exituoso. Buscou incentivar os investimentos privados na sua cadeia produtiva, respeitando os fundamentos do mercado e agilizando políticas públicas na construção de uma infra-estrutura básica. Priorizou, igualmente, os investimentos na estrutura social, com inegável êxito. O surto de crescimento produtivo não ocorreu por geração espontânea. Foi fruto de uma ação governamental comprometida com a modernidade.Já o Paraná vem mantendo uma posição estacionária na economia brasileira. Colhe-se o fruto do progresso e do desenvolvimento gerado no passado. No presente, não se enxerga um caminho novo. Onde o Estado seja o indutor de um programa sério de apontar rumos para uma nova escalada no desenvolvimento. Não se procura atrair investimentos produtivos, envolvendo capitais privados no alocamento de projetos que contemplem as notáveis potencialidades oferecidas pela realidade paranaense.O esvaziamento econômico de várias regiões na geografia estadual é fato indiscutível. A paralisia e o preconceito contra investimentos externos é apenas um indicador dessa indigência do ato de governar. A energia é mais potente na geração de programas assistencialistas e demagógicos. Ao invés das oportunidades de emprego, fruto dos investimentos geradores do crescimento econômico, equivocadamente, o governo se transforma no paizão da miséria. É uma face do populismo.Nas novas escalas determinadas pelo processo de globalização esse é o caminho certo para o esvaziamento econômico. E o pior: o retrocesso em muitas áreas da vida econômica paranaense vem ocorrendo. Veja o drama do porto de Paranaguá que vem tendo diminuída a sua importância no fluxo de mercadorias. E com perspectivas em termos logísticos de ver o surgimento de uma nova realidade na área portuária. Santa Catarina tem o seu porto de São Francisco do Sul em dinâmico processo de ampliação. Em Itajaí o mesmo ocorre e o transporte de contêineres com elevada produtividade e um menor custo, é realidade. Na vizinha Itapoá, está em processo de construção moderna unidade portuária que determinará um novo padrão de concorrência na atração de cargas com o porto de Paranaguá.Na estrutura industrial não se vê novos investimentos. Ao contrário, ainda agora, com a omissão das autoridades paranaenses, a mais veemente defesa do interesse nacional e paranaense vem do embaixador aposentado Rubens Barbosa, ex-titular da diplomacia brasileira nos EUA e na Inglaterra. Trata-se da Cia. Tritec Motors, criada em 1998, com investimento de 500 milhões de dólares, no município de Campo Largo. Em artigo no jornal “O Globo” (14-3-2006), o ilustre diplomata denuncia: “Trata-se da aquisição de uma sofisticada empresa brasileira, produtora de motores para automóveis, de alta tecnologia, para exportação, com objetivo de ser desnorteada e transferida para a China”. E prossegue: “Do ponto de vista socioeconômico, como ficará a perda de 500 empregos diretos, de 75% de componentes nacionais vendidos para a fabricação de motores e de 250 milhões de dólares de exportação dessa empresa? E os incentivos fiscais e as obras de infra-estrutura que certamente foram oferecidos pelo governo do Estado para a fábrica se estabelecer no Paraná? Esses incentivos serão devolvidos ao governo se a indústria for transplantada para a China?”.É um exemplo catatônico da omissão paranaense na defesa dos seus interesses. E o mais dramático é constatar que está se perdendo o que tinha sido conquistado. Onde está a resistência em defesa dos interesses paranaenses das forças vivas da sociedade? A começar pelo governo estadual e a Federação das Industrias, e afins? Até agora não se conhece o seu pensar.A conclusão é clara. Se não lutam pelo que foi conquistado, como querer que pensem e projetam o futuro numa nova arrancada para o desenvolvimento do Paraná?Barbosa Neto é deputado estadual no ParanáFones: (41) 3350-4085 ou 3350-4285