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Eu Digo Sim

EU DIGO SIM.José Domingos Scarpellini *“Quero ser compreendido pelo meu país, mas se não puder, passearei de viés, como a chuva obliqua que passa”MaiakowiskiQuero citar o poeta russo Wladimir Maiakowiski, um defensor da vida, para dizer que estou convencido da necessidade civil de buscar a paz. Quero reafirmar que acredito na aplicação do Estatuto do Desarmamento como um mecanismo eficaz para lograrmos êxito no combate a violência e a criminalidade. Para isso, é preciso que se esclareça, para todo o conjunto da sociedade o que, de fato, está em jogo na questão do referendo. Qual é o projeto da paz e o que significa a manutenção do estado de violência que aí está?No momento em que a tendência mundial é de criação de uma consciência coletiva da paz, dos direitos humanos e da defesa do meio ambiente, o Congresso Nacional brasileiro apresenta ao mundo uma contribuição extraordinária: o Estatuto do Desarmamento: um instrumento moderno, democrático, capaz de abrir o caminho da paz. E vai além, leva ao povo uma proposta para ser aprovada por seu livre arbítrio: um referendo. Porque é assim que se faz. É através de um referendo, da maneira mais democrática, mais livre e mais sábia que se debate as questões mais prementes de uma Nação. A voz do povo é a voz de Deus. Causa-nos estranheza as atitudes do governador Roberto Requião ao declarar publicamente o seu voto “Não”. Ao defender o quadro que aí está afirmando que cada homem deve se armar para a própria segurança. Logo ele, que há dois anos atrás, “inundou” o Paraná com out doors sobre a campanha do desarmamento. Que pagou até R$ 300 reais por uma arma entregue e que alardeou aos quatro ventos que o Paraná foi campeão da campanha nacional. Logo ele, que tem feito a mesma campanha publicitária em relação à segurança pública e combate a criminalidade em nosso estado. Bravatas mediáticas que não se sustentam nem mesmo com suas declarações. Mas, é compreensível. Um colecionador de armas tem a alma voltada para isso. Um homem que sempre, desde jovem, freqüentava reuniões estudantis armado. Um homem que presenteia seus amigos com armas, as mais sofisticadas. Que tem em sua pródiga coleção uma metralhadora utilizada em Chicago pelos gangsters de Al Capone. É compreensível que veja no gesto do uso de uma arma o glamour dos filmes hollyoodianos. No assassinato de um empresário, um fato cotidiano, ou, no crime passional, motivado por ciúme, de uma mulher, a devida lavagem da honra. É compreensível. Essa é a sua cabeça. Como democrata que sou, ativista dos Direitos Humanos, fiel seguidor de Mahatma Ghandi, reitero o meu voto “Sim”. A minha firme decisão de lutar incansavelmente pela paz. A minha fé inabalável nas instituições e na democracia. A convicção de que vamos caminhar para uma sociedade mais justa e solidária, onde a vida seja respeitada como um bem humano insubstimável. Ao contrário, estou convencido de que as armas têm apenas três funções a cumprir: Matar, Aleijar ou Ferir. Mais que isso, estou convencido de que nenhuma delas será capaz de levar a sociedade ao caminho da paz.Eu voto “SIM” e estou convencido de que a vitória do SIM poderá nos levar a combater a violência doméstica, o crime organizado e todo tipo de acidentes que nos tem feito chorar perdas irreparáveis. Eu voto sim porque acredito na pessoa humana racional e que saberá diferenciar o direito de se armar com a liberdade de se amar. Eu voto “SIM”. Eu não possuo armas (nem de brinquedo). Eu não coleciono armas. Nem presenteio meus amigos com armas. Por isso, independentemente de qualquer pesquisa, qualquer que seja o resultado: EU VOTO SIM. José Domingos Scarpellinié deputado estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa. Informações: 3350-4072
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