Falta de Polícia é a Principal Causa da Violência

13/03/2008 09h23 | por
“Em Curitiba, no ano de 1970, tínhamos 500 mil habitantes, hoje são quase 2 milhões. Mas hoje temos menos policiais nas ruas e nos quartéis do que há 20 anos. A população cresceu e o efetivo da polícia não acompanhou esse crescimento”. A afirmação é do deputado Durval Amaral (DEM) ao apontar a falta de polícia nas ruas como uma das principais causas para o surto de violência sem controle que aterroriza Curitiba e a Região Metropolitana. Durval criticou a falta de estatísticas da Secretaria de Segurança. “Não temos estatísticas recentes divulgadas pela Secretaria Estadual de Segurança, mas temos dados da Secretaria Municipal de Saúde de que foram mais de 700 mortes violentas no ano passado”, afirmou Amaral. O deputado, junto com outros parlamentares da Oposição, utilizou a tribuna nesta quarta-feira (13) para manifestar repúdio à situação caótica da área da segurança no Paraná que apresenta números assustadores. Os deputados cobraram políticas públicas para a busca de soluções. Durval lembrou ainda que em Curitiba, em sete anos, o índice de mortes violentas aumentou assustadoramente. Segundo o deputado, no ano 2000 a média era de 23 mortes violentas a cada 100 mil habitantes. “Hoje esse número saltou para 38 assassinatos. Números que nos deixam perplexos, pois estão na contramão do que acontece em outras cidades que tinham a fama de serem violentas”, disse Amaral. No Rio de Janeiro, ainda segundo o deputado, o índice que era de 55 mortes para cada 100 mil habitantes, hoje é de 45. Em São Paulo caiu de 65 para 29 assassinatos. “Estamos enxergando que não há tranqüilidade em lugar algum de Curitiba, Londrina, Maringá ou de qualquer pequeno município do Paraná. No campo, o agricultor dorme com uma Winchester ao lado da cama esperando o momento de ser assaltado. Nós todos, cidadãos paranaenses, estamos muito preocupados com o aumento da violência no Paraná”. Tolerância Zero O deputado Luiz Carlos Martins (PDT) citou o slogan usado em Nova Iorque, nos Estados Unidos, para que a cidade conseguisse diminuir os índices de criminalidade. “Tolerância zero surgiu em Nova Iorque. Uma cidade que hoje tem 11 milhões de habitantes com um efetivo de 40 mil policiais”, afirmou Martins. “No Paraná são quase 11 milhões de habitantes, com apenas 18 mil policias. Falta polícia nesse estado. Se alguém visitar qualquer distrito de Curitiba sairá apavorado. Há um único escrivão para atender todos aqueles processos”, completou. Martins acredita que é necessário investir nas Polícias Civil e Militar com urgência. “Vemos policiais fazendo “bico” para poder complementar a renda. Tem que investir não somente no financeiro. Tem que ter mais homens e mulheres trabalhando”. O parlamentar criticou ainda o anúncio do governo de que mil novos policiais militares foram contratados. “É mais uma propaganda enganosa deste governo. Esses mil policiais são para repor a baixa daqueles que se aposentaram. Não há aumento algum no efetivo. A função deste parlamento é ser o eco do povo do Paraná. Estamos clamando pela população. Da forma que está não pode ficar”. Martins lembrou que o governador e o presidente Lula estiveram juntos na campanha eleitoral e que essa aproximação deveria reverter em mais recursos para o estado, principalmente na área da segurança. O pior do Sul O baixo contingente de policiais no Paraná foi demonstrado também pelo deputado Marcelo Rangel (PPS), que mostrou dados surpreendentes de uma pesquisa da Associação dos Cabos e Soldados do Estado de São Paulo. Segundo Rangel o Paraná ocupa a pior colocação entre os estados do Sul país no que se refere à quantidade de policiais militares por habitantes. “No Paraná existe um policial para 584 habitantes. Já em Santa Catarina são 488 habitantes para cada policial e no Rio Grande do Sul, um policial para 457 habitantes”. Fazendo uma análise nacional, o índice de policiais por habitante no Paraná é ainda mais alarmante, afirma o deputado. No estado do Rio de Janeiro, existe um policial para cada 384 moradores e em São Paulo, um PM para cada 441. “Essa pesquisa comprova o baixo efetivo de policiais no Paraná. O estado perde para quase todos os outros. Falta polícia nas ruas para inibir a ação dos bandidos”, disse indignado o deputado Rangel.

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