21/02/2008 16h25 | por Rodrigo Rossi / Priscilla de Andrade / 41 3350-4069 / MATÉRIA DE RESPONSABILIDADE DO GABINETE DO DEPUTADO JOCELITO CANTO
O pronunciamento do deputado estadual Jocelito Canto (PTB) na manhã desta quinta-feira foi marcado por questionamentos sobre o envolvimento do secretário de Estado da Comunicação, Airton Pisseti, nas eleições paraguaias, trabalhando para o bispo Fernando Lugo. Com dados acerca das viagens do secretário, Canto destacou que Pissetti esteve no país vizinho em dias da semana, desde o mês de setembro de 2007, o que motivou as indagações inclusive relacionadas ao pagamento do salário do funcionário do Palácio das Araucárias sem licenciamento do cargo.“Estou debruçado no esquema Pisseti e o Paraguai. O secretário Pisseti não foi ao Paraguai ao sábado, não foi domingo, sempre esteve quartas, quintas e sextas-feiras. Tenho dados verídicos aqui, de uma fonte que tenho no Paraguai, que mostram os dias em que Pisseti esteve lá”, disse Canto.Jocelito Canto disse ainda que é amigo do general Lino Oviedo, também candidato à presidência, e tem ido aos finais de semana ao Paraguai, porém nunca se ausentando das obrigações como deputado estadual ou dos compromissos na Assembléia Legislativa. “Fui ao Paraguai até mesmo neste final de semana e fui muitas vezes já. Mas sempre fui aos finais de semana, sem qualquer ônus financeiro para esta Casa. Agora pergunto, cadê a lei neste caso do Pisseti? Não vejo crime no que o secretário fez. Mas vejo crime de responsabilidade do governador Requião”.MPO parlamentar cobrou também uma postura do Ministério Público sobre a situação, afirmando que a instituição precisa ficar atenta ao assunto, ressaltando novamente os “dois pesos e duas medidas. Jocelito Canto comparou a situação ao período em que respondia pelo Caso Tadeu, quando a Assembléia Legislativa cedeu um policial militar para a prefeitura de Ponta Grossa e houve uma ação judicial, considerada improcedente no ano passado pelo Ministério Público Federal por entender que não existiu qualquer crime cometido por ele enquanto esteve no comando do Executivo ponta-grossense.“Os senhores lembram por que eu estava sendo cassado? Porque estava usando um policial devidamente legalizado na prefeitura. Mas os senhores lembram a confusão, foram ações em Brasília, foguetes em Ponta Grossa e veio o MP e disse que não houve crime e o processo foi anulado. Agora, vou chamar a atenção do Ministério Público sobre as viagens do secretário Pisseti ao Paraguai”. Na sessão desta quinta-feira, Jocelito Canto ainda protocolou um pedido de informações ao governador Requião questionando se Pisseti utilizava ou não cartão corporativo para o pagamento de despesas no país vizinho. Embora o requerimento de Canto não tenha sido votado por falta de quórum no plenário, o documento volta ao plenário da Assembléia para apreciação dos parlamentares na segunda-feira.