O deputado estadual Waldyr Pugliesi destacou nesta terça-feira (8), os 16 anos de atividade da Rondas Ostensivas de Natureza Especial, a RONE da Polícia Militar do Paraná, que serão completados nesta quarta-feira (9). “A RONE faz parte da Companhia de Policia de Choque e abriga entre seus efetivos os melhores homens da nossa Polícia Militar”, informou Pugliesi. A passagem de aniversário da RONE será marcada por um almoço de confraternização na sede campestre dos Promotores em Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba. O evento terá a rodada final e entrega de troféus e medalhas aos vencedores do campeonato interno de futebol, além de homenagens à autoridades convidadas. A RONE é uma das três sub-unidades da Companhia de Polícia de Choque, que concentra a tropa de elite das forças de segurança pública do Governo do Estado. A corporação atua diariamente em rondas ostensivas de natureza especial. De acordo com o balanço de atividades do primeiro semestre de 2008 (janeiro a junho), a unidade promoveu 450 abordagens de pessoas em bares e 40.694 nas ruas. No período foram abordados 2.663 automóveis, 2.504 motocicletas, 25 taxis e 48 ônibus, além da apreensão de 146 armas de fogo (pistolas, revólveres e espingardas) e 56 veículos. Nas operações foram recuperados 53 veículos que haviam sido furtados e cumpridos 18 mandados de prisão. “Sempre que houver um evento crítico que supere o potencial das unidades da PM, de darem uma resposta positiva, é acionada a tropa de choque”, informou o major Chehade Elias Geha, comandante da Companhia de Choque do Paraná. Além da RONE, a Companhia abrange duas outras sub-unidades, o COE (Comando de Operações Especializadas) e o Canil (central de cães para busca de pessoas, drogas e entorpecentes, artefatos explosivos, controle de distúrbios civis, entre outros). Chehade não quis precisar o número exato, mas informa que aproximadamente 300 agentes formam o efetivo da Companhia. “Nossos homens são os melhores preparados da polícia para qualquer tipo de evento, desde cumprimento de mandados, situações com reféns, amotinados ou mesmo rebeliões”, atesta o comandante. “A Companhia de Choque é a última resposta do Estado na questão do uso de força física, é a tropa do Comando Geral de lealdade inconteste”, informou. ESTRATÉGIA – Apesar de estar localizada em Curitiba, a Companhia de Choque tem à disposição todos os meios de transporte para deslocamento da tropa para qualquer parte do Estado. O aparato inclui avião, helicóptero, viaturas e barcos, para operações no litoral, rios ou lagos, informou Chehade, que tem 23 anos de polícia e há um ano e dois meses responde pela corporação. O comandante listou alguns dos principais casos atendidos pela Companhia de Choque, instituição que completa em setembro 32 anos de fundação. Entre os casos citados por Chehade está a atuação de uma quadrilha, no final de 2007, que aterrorizou a população de Ortigueira e comunidades da região central do Estado. “Nesta operação, que teve como reféns policiais e até o prefeito do município, utilizamos toda a estrutura para deslocamento”, informou. A situação teve saldo positivo de 100% de segurança para as vítimas envolvidas, completou. Outro caso citado foi o sequestro, em 2005, de vários reféns em Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná, quando o COE entrou no cativeiro e libertou todos os reféns. Em 2006, a Companhia de Choque foi chamada para resolver uma rebelião no presídio de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, quando nove agentes penitenciários foram feitos de reféns. “Fizemos uma ação tática rápida e libertamos todos”, disse.**(( BOX ))**Treinamento dura 100 dias e selecionaa elite da Polícia Militar do Paraná Se a atuação da Companhia de Choque do Paraná é exemplo para os órgãos policiais do Paraná e do Brasil, o treinamento para os novos integrantes merece uma atenção especial. Não existe um concurso específico para ingressar na Choque, explica o 1º tenente João Roberto Galeto Alves, comandante da RONE (Ronda Ostensivas de Natureza Especial). “Para ingressar na Companhia precisa, em primeiro lugar, ser policial militar. A inscrição para o curso é voluntária”, informa. “O estágio na RONE é a porta de entrada”, completou o tenente Alves que está há 14 anos na polícia e seis na RONE. A duração do curso parece curta, mas a aprendizagem e os testes a que são submetidos os voluntários são extremamente rigorosos. Eles aprendem a proceder abordagem em todas as situações imagináveis de segurança social. “Na RONE eles aprendem a fazer parte de uma tropa de elite”, assegura. Ao final do estágio, que dura 45 dias, os voluntários precisam de um parecer dos comandantes, que vai indicar se eles serão aceitos ou não. Em caso de positivo, o estagiário da RONE pode fazer os treinamentos específicos no COE ou no Canil. RIGOR – Para se ter uma idéia do grau de dificuldade na aprovação do curso, o tenente Alves citou o exemplo dos estagiários atuais. “A turma começou com 107 voluntários, hoje só restam 13”, informou. O tempo do total do curso de admissão na Companhia de Choque é de 100 dias. No treinamento os voluntários aprendem técnicas de montanhismo, paraquedismo, mergulho, perseguição, desarmamento ou detonação de artefatos explosivos, entre outros. “Nas ações os soldados tem que ser 100% positivos, se tiver um ponto negativo, o aluno é eliminado da turma”, conta. A manutenção da estrutura da Companhia de Choque exige fortes investimentos, explica o comandante Chehade Geha. De acordo com ele, só uma roupa anti-bomba tem um custo estimado em R$ 300 mil. O adestramento de cães também envolve grandes somas, mas o resultado é altamente compensador. “Para se ter uma idéia, nos Jogos Panamericanos do ano passado no Rio de Janeiro, foram solicitados nossos cães para garantir a tranqüilidade dos atletas, isso graças ao nível de adestramento que temos aqui”, informou Chehade. O Canil da Companhia de Choque conta atualmente com 45 cães.Foto: Gabinete do deputado Waldyr Pugliesi