Os deputados aprovaram nesta quarta-feira (27), na Assembléia, o requerimento apresentado pela bancada da Oposição para que o governo explique o motivo das multas aplicadas recentemente pela Justiça à Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA).Os deputados querem saber também quais as providências tomadas em relação ao débito, que é de cerca de R$ 2 milhões. “Não sabemos a que se refere uma dívida de R$ 1,6 milhões com o Ministério da Fazenda. Somente através deste pedido de informações é que teremos condições de avaliar os motivos que levaram a essa execução fiscal”, afirmou o líder da Oposição, deputado Élio Rusch (DEM).O deputado denunciou ainda o descaso da administração do Porto com o cadastro de novas empresas prestadoras de serviços.Segundo Rusch, cerca de setenta empresas teriam protocolado toda a documentação na APPA e até o momento não obtiveram retorno para poder operar.“Essas empresas precisam de autorização da APPA para poder prestar os serviços para os navios e até mesmo para a própria APPA. São serviços de solda, mecânica e retirada de lixo. Depende de uma assinatura do superintendente o que não acontece”, relatou.“Hoje são poucas as empresas que prestam esses serviços. É estranha essa atitude da APPA, porque quanto mais empresas, há mais concorrência e mais baixo é o custo do serviço”, concluiu. Passivo judicialO deputado Élio Rusch listou uma série de ações que correm na Justiça provocadas pelo governador Roberto Requião e que vêm acumulando dívidas às futuras gerações. Rusch destacou as multas que o governador tem recebido por não cumprir determinação judicial que o impede de atacar adversários políticos e entidades na Rádio e Televisão Educativa do Paraná.Durante a “Escolinha” da última terça-feira (26) o governador criticou o bloqueio de sua conta pessoal e alegou não ter dinheiro para pagar as contas de água e luz de sua residência.Rusch ironizou a declaração do governador Requião e lamentou os constantes descumprimentos da lei. “O governador não precisa se preocupar com as contas de água e luz lá da Granja do Cangüiri porque elas são pagas pelo governo. E se por acaso a Copel e Sanepar ameaçarem cortar o serviço, ele poderá se cadastrar no Luz Fraterna e na Tarifa Social da Sanepar”,. “Decisão da Justiça não se discute, se cumpre. Mas aqui no Paraná é o contrário. O governador faz de tudo para burlar essas decisões”, completou.“O governador foi alertado para a proibição e continua fazendo as agressões. A Justiça não teve alternativa, a não ser multar e agora bloquear as contas do governador. Desta vez a Justiça determinou que a multa é pessoal, mas e nos outros casos em que o governo tem que pagar, como é que fica?”, questionou.O deputado citou casos em que ações tramitam na justiça e que as decisões poderão ser desfavoráveis ao governo, acarretando em danos aos cofres públicos. “Junto destas multas aplicadas ao governador, existem outras condenações que virão. Ações na justiça referentes às reintegrações de posse que não são cumpridas no prazo, a proibição dos transgênicos, as ações do pedágio. Tudo isso vira um passivo judicial que ficará pra outros governantes”, disse.