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Liderança do Pmdb - Deputado Waldyr Pugliesi

Senhor presidente, senhores deputados. No último sábado estive num assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) lá na minha cidade de Arapongas e posso dizer a todos vocês que me senti reconfortado por presenciar o que presenciei naquele pedaço de terra que poderia dizer, liberado! As bandeiras do movimento e aquele povo onde você via no rosto de todo mundo arder feroz a esperança. Reconforta aquilo que vive muito dentro de mim. Senhores deputados, num assentamento de mais ou menos 90 famílias, um território de 300 alqueires, nenhum analfabeto, nenhum desempregado, nenhum drogado, em nenhum a certeza que não sairiam à noite, vamos dizer, para assaltar quem quer que seja! Em todos o respeito à mata ciliar, o amor às nascentes que nascem ali! Os produtos produzidos com as próprias mãos. Benditas as mãos que lavram a terra! Ali vossas excelências podem fazer a constatação, deputados, de um menino analfabeto, abandonado há anos atrás, agora cuidando da saúde de todo mundo, médico formado em Cuba, cercada por esse monstro que é o capitalismo dos Estados Unidos, dando o depoimento dele de como é que se vive em comunidade, respeitando a saúde e a dignidade de todo mundo. Ali você vi a construção dos cidadãos para uma pátria livre. Pátria livre sim! A vida toda defendi a reforma agrária e naquele pedaço ali da minha Arapongas vi a reforma agrária alcançar sucesso, dar resultados e mostrar, em contraponto ao agronegócio, que este mundo, se quiserem tem solução sim! Quero fazer uma ligação, senhor presidente, senhores deputados, àquilo que acontece, por exemplo, nesse momento em Santa Catarina. Ali naquele território pequeno de 300 alqueires a racionalidade está imposta, agora vejo aqui no jornal O Estado de São Paulo, o presidente da República e o governador de Santa Catarina. O presidente da República quer resolver o problema das enchentes em Santa Catarina fazendo um apelo a Deus e o governador está culpando o aquecimento global. Puro despreparo, tanto do presidente quanto do governador. A solução não é essa que eles apontaram para essa tragédia catarinense. A política pública não existe nesses locais. Porque estava fazendo a ligação lá desses moradores do assentamento Dorcelina Folador, uma companheira que foi assassinada? Lá eles estudam os problemas racionalmente e os resolvem diante da humildade que está ao alcance deles. De outro lado não sei como Deus pode chegar em Santa Catarina e resolver, por exemplo. Será que ele vai proibir a construção, lá em cima do morro, embaixo de uma pedra de 500 toneladas, da casa desses miseráveis brasileiros que são tocados pelas elites de todos os cantos, que não tem nem direito a vida? Não é por ai a solução, dessas piegas posições de hipocrisia de tanta gente. Pergunto porque é que não tem favelado em Arapongas? Porque quando as coisas caminhavam nesse sentido eu, como prefeito, não permitia que elas aparecessem e implantassem, porque nós iríamos solucionar o problema. Aqui, vejo a preocupação de muitos de salvar o latifúndio urbano de potentados curitibanos. Então, os pobres que se lixem, vamos rezar, e fogem da solução do problema. Não existe política pública. O direito de propriedade tem que ser revisto dentro das nossas áreas urbanas. Porque é a politicagem, e digo política dia e noite sem parar, é a politicagem que permite que alguém no desespero, na ânsia de poder abrigar a família vá fazer a sua casa na beira de um rio assoreado por aqueles que muitas vezes, possuidores da ignorância não são impedidos de fazer a destruição dos rios e das matas. Estava brigando com o deputado (Reinhold) Stephanes, como seria bom nós aqui fazermos uma Comissão de Deputados e irmos até o assentamento Dorcelina Folador, ficarmos lá uma semana, ver como se respeita a vida, a terra, o ar, a água. E depois, quando aparecem aqueles que querem plantar dignidade em todos os cantos, eles são tidos como inimigos dos povos, porque eles tem que salvar o mercado. Agora a poupança que foi feita por populações desvalidas, muitas vezes em muitos países são carreadas para que? Para a General Motors, para a Ford, para a banqueirada ladra que existe mundo afora? E os pequenos? Os pequenos querem respirar o ar puro, querem viver, eles tem alma e tem coração. Mas vi lá o grito de pátria livre, sim. Algum dia nós teremos uma pátria livre na acepção da palavra, numa construção necessária para darmos uma resposta a que? A esse agronegócio? Vão lá no assentamento e vejam se tem alguma coisa de veneno, de agrotóxico. Nada. O ser humano ali, na sua humildade, ele tem um respeito pela natureza. E pergunto para vocês todos, qual a política de uso do solo urbano? Só investimentos para enriquecer meia dúzia, o uso de todas as potencialidades para serem carreadas para uma elite que mais concentra e mais se enriquece. Então, senhor presidente, que bom aqueles que olham... lembro-me dos assentados aqui da frente do Palácio Iguaçu, sofri com eles que estavam ali. Sofri por dentro, porque não tenho receio nenhum, Pastor (Edson) Praczyk, de dizer que nessas famílias muitas vezes que sobem os morros ou se abrigam em lugares impróprios, muitas vezes passam os seus membros de 10, 15 (indivíduos). É o crescei-vos e multiplicai-vos. Crescei-vos e multiplicai-vos, mas fiquem ignorantes para não poderem chegar nem perto dos detentores do poder. Fiquem para lá o mundo é nosso. O governador de Santa Catarina fala do aquecimento global. O aquecimento global não provocou aquilo que está acontecendo em Santa Catarina. O que existe muitas vezes é falta de pulso para os governantes proibirem aquilo que precisa ser proibido e não ficarem fazendo média em busca de mais um voto aqui, outro voto acolá. Não é assim. Senhor presidente, ficamos aqui discutindo muitas vezes coisas que na realidade não tem nenhum valor. Talvez seja a minha visão particular de ver esses problemas. Mas, olha, quando você vê esse pessoal envenenando o mundo, derretendo o gelo dos pólos, criando miseráveis em todos os cantos, através da prática desse capitalismo apodrecido que já devia estar enterrado há muito tempo. Não posso deixar de falar que a esperança, ela existe por aí. Agora não adianta virem os governantes, sejam como o meu companheiro Lula, todas às vezes, eu antes dos meus companheiros, mesmo estando na presidência do partido, de maneira vamos dizer até individualista coisa que não costumo ter na minha vida, nas ações políticas, fui para a rua para defendê-lo. Agora, presidente, não é colocando a culpa no aquecimento, ou fazendo apelo para Jesus ou para Deus parar de chover, Pastor (Edson Praczyk), daí pára de chover. Mas as casas estão lá, aquelas que não foram derrubadas, mas noutro dia estão rezando para ter chuva, porque a água é a vida. Aí as casas vão ser levadas de novo. O que quero dizer em resumo senhor presidente, nós precisamos em todos os cantos termos políticas públicas, claras, definidas, que não sejam medrosas, acovardadas para nós, na verdade sairmos desse atoleiro que a extrema direita e esse capitalismo selvagem nos colocaram em todo o mundo. Obrigado!
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