Conforme proposição do deputado Professor Lemos (PT), a tribuna do Plenário da Assembleia Legislativa foi franqueada na tarde desta segunda-feira (31) para manifestações da professora Marlei Fernandes de Carvalho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública no Paraná - APP Sindicato, e da ativista do movimento social negro do Paraná, a pesquisadora Marcilene Garcia de Souza. Marlei Fernandes tratou de destacar a importância do serviço público e dos servidores públicos em geral, apresentando algumas das principais pautas de reivindicações desta categoria de trabalhadores. Marcilene Garcia, por sua vez, defendeu a aprovação do projeto de lei nº 221/2011, em tramitação no Legislativo, que institui o feriado estadual do dia 20 de novembro, em homenagem ao aniversário da morte de Zumbi dos Palmares e ao Dia Nacional e Estadual da Consciência Negra.
Discorrendo sobre a necessidade de valorização da carreira de todos os servidores públicos e lembrando a passagem do Dia do Servidor Público, no último dia 28, a presidente da APP Sindicato disse que os funcionários precisam ser enquadrados e remunerados de acordo com a função que efetivamente desempenham nos diferentes setores da administração pública. Lembrou também que as bandeiras em defesa dos interesses do funcionalismo giram em torno de temas como salários, carreira (com implantação de planos de carreira que incorporem inclusive as gratificações pagas aos profissionais), condições de trabalho, previdência e defesa dos concursos públicos como forma de ingresso no serviço público. No caso específico da saúde dos trabalhadores, Marlei Fernandes de Carvalho lamentou que os servidores públicos do Paraná não contem hoje com um atendimento público de qualidade, assegurando-se saúde integral para todos.
Consciência negra – Ativista do movimento social negro no Paraná, Marcilene Garcia de Souza disse que a instituição do feriado estadual de 20 de novembro, em homenagem e reconhecimento a Zumbi dos Palmares como grande herói negro, e ao Dia Nacional e Estadual da Consciência Negra, representaria mais um importante avanço no reconhecimento e na valorização da cultura e das contribuições da comunidade negra neste estado que, aliás, tem 27,4 % de negros em sua composição populacional – números que, em termos percentuais, são superiores à população afrodescendente de um estado como São Paulo. Ela disse que o movimento social negro não compactua, obviamente, com a tese segundo a qual a instituição de mais um feriado poderia representar prejuízos para a sociedade. E arrematou: “Será que a população negra deste estado não tem méritos”.