Rossoni revelou que tem conversado com profissionais da área portuária, como práticos (navegadores de alta qualificação encarregados de atracar os navios) que lhe passaram um quadro alarmante. “Hoje a perspectiva de ocorrer um desastre muito sério no Porto de Paranaguá a qualquer momento é de 50%”, disse Rossoni. Segundo Rossoni, a incompetência que marca administração do Porto se verifica em muitas áreas, mas o perigo maior decorre hoje da ausência da dragagem que o atual governo, depois de cinco anos e quatro meses ainda não conseguiu promover. “A largura recomendada internacionalmente para um canal de navegação é de 300 metros. Em Paranaguá, o Canal da Galheta era de 200 metros. Hoje essa largura não chega a 115 metros. Um navio tem em média 45 metros de largura. Imaginem os riscos com uma margem de manobra tão pequena”, disse Rossoni. “Além da largura do Canal existe o problema da profundidade. Depois de cinco anos sem dragar, a Galheta se torna mais rasa a cada dia”.Rossoni deu um exemplo do tamanho dos prejuízos gerados pela ausência da dragagem. “A profundidade em um porto é medida em pés. Cada pé tem 33 centímetros. Cada pé a menos no calado representa menos 2 mil toneladas de carga que o navio pode carregar. Isso representa 66 carretas de soja. Aí está o custo Paraná”.“Não posso acreditar que o governador Roberto Requião tenha uma noção clara do que está acontecendo no Porto de Paranaguá. Senão ele não diria que aquele é o melhor porto do mundo”, disse Rossoni. “Semana passada, navios não puderam atracar no berço nove e no berço dois. Por falta de calado. O grande problema do porto hoje. Um navio de soja que vem carregar chega a ficar mais de um mês esperando para atracar. Falta cais. Onde está o Cais Oeste que teve as obras lançadas festivamente? E o Terminal de Álcool, que até hoje não funciona?”, indagou Rossoni.“O governador tem que demitir ou dar férias para seu irmão Eduardo Requião se quiser salvar o Porto. Em demissão não acredito, este é o maior problema do nepotismo. Mas se quiser salvar o Porto, Requião vai ter de achar um jeito de afastar seu irmão que está comandando um desastre em Paranaguá”, concluiu Rossoni.Rossoni informou que, diante da preocupação com a inércia do governo em tomar providências e para evitar que o porto entre colapso, já está tomando medidas judiciais. “Não vou ficar de braços cruzados esperando que o porto afunde de vez. Quero ter a consciência tranqüila que fiz a minha parte”, concluiu.