O presidente da Assembléia Legislativa, Nelson Justus (DEM), um dos representantes no Legislativo do Litoral do Paraná, fez um clamor público na sessão desta quinta-feira (27) para que políticos, empresários e a imprensa trabalhem em conjunto para a recuperação do litoral, que segundo ele teria sofrido com as intempéries e por conta de administrações desastrosas na esfera política. Pela manhã, representantes do governo estadual e os prefeitos eleitos de Guaratuba, Evani Justus, e de Matinhos, Eduardo Dalmora, se reuniram na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano (Sedu) para tratar do assunto.“Precisamos formatar uma agenda positiva para ajudarmos o nosso litoral paranaense, que sofre não apenas pelas ocorrências da natureza, mas também por conta daqueles que à frente da administração não souberam gerir os recursos públicos daqueles municípios. Pois, estamos cansados de ouvir reclamações sobre a administração e as condições das praias, portanto é preciso que todos se unam para termos uma realidade diferente no próximo ano”, afirmou Justus.No encontro de hoje (27) entre o secretário do Desenvolvimento Urbano, Luiz Forte Netto, e os prefeitos eleitos de Matinhos e Guaratuba, foram definidas ações emergenciais para recuperar o litoral e possibilitar que esteja em condições adequadas para receber os veranistas no final do ano. A reunião foi agendada a pedido do deputado Nelson Justus que, ao visitar Matinhos e Guaratuba, ficou apreensivo com a gravidade da situação.Segundo Forte Netto, as primeiras providências serão na área de dragagem e limpeza dos canais, no saneamento básico e na saúde. Inclusive, ele adiantou que a Sedu deverá atuar na coordenação das ações em parceria com a Defesa Civil. Os recursos deverão ser disponibilizados pelo governo estadual e no próximo dia 4 será aberto o processo licitatório para a escolha das empresas que cuidarão dos canais. O secretário disse que a previsão é de dez dias para os equipamentos começarem a operar e a realizar o trabalho no litoral paranaense.SITUAÇÃO – As fortes chuvas que atingiram Santa Catarina - e já deixaram mais de sete mil desabrigados - também castigaram o litoral do Paraná. O aumento da pluviosidade na Região Litorânea resultou no alagamento de ruas e de casas e deixou cerca de 200 pessoas desabrigadas. Além disso, ocorreram deslizamentos, sobretudo na BR-376, interrompendo totalmente a rodovia que faz a ligação entre Paraná e Santa Catarina.Para reverter o quadro, as autoridades estaduais e locais realizarão ações em conjunto, conforme ficou acordado na reunião na Sedu na manhã desta quinta-feira (27). Para iniciar o trabalho será feita a dragagem e a limpeza dos canais, bem como uma operação de tapa buracos nas ruas e avenidas mais atingidas. Na cidade de Guaratuba, a orla da praia do Brejatuba, a praia Central, e a ponte do rio do Melo - que teve sua cabeceira estourada pela força das águas - foram os pontos mais atingidos pelas tempestades.De acordo com a prefeita eleita Evani Justus, algumas pessoas estão isoladas, e várias ruas nas zonas urbana e rural foram prejudicadas. Porém, ela alertou que o principal problema diz respeito à questão da saúde pública. “O problema da saúde já existia, mas agora com a enchente piorou”, contou a prefeita eleita.Na cidade de Matinhos, as ações devem ser iniciadas nos macro canais que desembocam no rio Matinhos, na Avenida Paraná e no contorno até a saída para Guaratuba. Os canais das ruas Apucarana, Vila Nova e Paraná também passarão por uma limpeza. “As ruas também estão esburacadas, portanto será necessária uma ação para tapar os buracos. Embora, o estrago em Matinhos tenha sido menor, há muito que se fazer”, advertiu o prefeito eleito Eduardo Dalmora.A média de chuva normalmente para o mês de novembro no litoral paranaense é de 200 milímetros. Porém, com as chuvas o índice pluviométrico chegou a 604 milímetros, sendo o maior nos últimos 12 anos. Segundo a Defesa Civil, foram registrados 45 pontos de alagamentos em Paranaguá e em praticamente todo o balneário de Pontal do Sul e Guaratuba.Recente estudo realizado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), em parceria com a Secretaria de Estado do Turismo (Setu), identificou a cadeia produtiva do turismo no Litoral do Paraná. A economia local está fortemente atrelada à atividade portuária e tem como fonte de receita as atividades de hotéis, pousadas e serviços de alimentação.
