Tecnologias Alternativas

10/05/2006 16h45 | por Thea Tavares
Curitiba, PR (10/05/2006) – Organizações da agricultura familiar do Sudoeste do Paraná intensificam os compromissos para discutir tecnologias alternativas ao setor. Nesta quinta-feira (11/05), acontecerá no auditório da Assesoar (Av. General Osório, 500 – Cango), em Francisco Beltrão, das 9h às 16h30, um encontro de agricultores e lideranças das organizações da região para dar seqüência e aprofundar a discussão sobre o formato e as estratégias de produção de óleos vegetais. Este será o segundo debate em torno da questão. O primeiro, foi no dia 20/04, quando se conheceu as regras para incentivo do governo federal à produção de biodiesel na região e se criou um grupo de trabalho para se pensar alternativas de desenvolvimento.No encontro de amanhã, será apresentada pelo Pastor da Igreja de Confissão Luterana do Brasil, Werner Fuchs, membro da Rede Evangélica Paranaense de Assistência Social (Repas), a experiência de agricultores familiares da cooperativa Wittimarsun, em Palmeira, que desenvolvem uma proposta de geração de renda para a pequena propriedade a partir da extração de óleos vegetais a frio. Lá, foi idealizada uma mini-usina comunitária, que agrega valor a produção das famílias locais. Para o Sudoeste, o Pastor Fuchs apresentará o protótipo de uma mini-usina compacta, de aproximadamente seis metros quadrados, que pode ser alojada no espaço de uma associação de produtores ou em alguma propriedade de um grupo de agricultores.Esse equipamento faz a secagem do grão, descasca – no caso do soja, separa o gérmen, que dobra a rentabilidade obtida com uma saca do grão –, prensa a frio, a uma temperatura inferior a 50 graus e ainda realiza a filtragem em duas fases: a de extração do óleo comestível (a 20 mícrons) e a do óleo combustível (a 1 mícron). Com a prensagem a frio, Fuchs lembra que é possível extrair o óleo vegetal virgem, mantendo no produto final todos os nutrientes naturais que o grão possui, como as suas vitaminas, o Ômega 3 e as substâncias anti-radicais livres que são muito valorizadas na medicina moderna, tanto para o tratamento de doenças cardíacas como para o controle do colesterol. Segundo Fuchs, na Espanha, o óleo virgem é vendido a 30 reais. “A extração a frio não oxida o óleo e tira a sua acidez. Com isso, ele pode se conservar por anos sem o risco de estragar”, diz o pastor. Do bagaço que resulta desse processo, ainda, é possível fabricar uma farinha de alto valor nutricional, com a qual se faz pães, cucas, bolos e bolachas. Fuchs calcula que esse procedimento pode multiplicar por 10 vezes o valor de uma saca de soja de 60 quilos. “Sem contar que em pequenas unidades há a economia com transporte ou com frete. Pois esse custo se resume apenas ao que for comercializado e não recai sobre o auto-consumo”, diz ele.Na experiência da Wittimarsun, até o momento só tem-se trabalhado com a cultura do soja, mas, a partir de uma parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) do governo federal, já se pensa em expandir para a extração de óleos de canola, girassol e amendoim. “Defendemos, em primeiro lugar, a produção de alimentos de qualidade, mas também queremos que a geração de renda venha através da abertura de mercados para a agricultura familiar e, especialmente, sob a forma da economia solidária praticada com tecnologias voltadas para pequenos grupos”, conclui Fuchs. O fortalecimento da agricultura orgânica também está entre as metas dos agricultores familiares de Palmeira, que sabem que o óleo virgem orgânico vale 30% a mais que o convencional. Na região Sudoeste, o grupo de Palmeira tem parceria com agricultores agroecológicos de São Jorge do Oeste.Da Alemanha – A Alemanha já possui mais de 100 mil veículos movidos a óleo de canola e esse fato despertou a atenção dos agricultores da Wittimarsun. Mas a idéia só ganhou mais força quando os agricultores resolveram buscar alternativas para promoverem a reconversão das lavouras de fumo no estado, que castigam o bolso e a saúde dos agricultores familiares paranaenses. “Provamos que é mais vantajoso investir na produção de óleos vegetais e diversos subprodutos da extração a frio que produzir o fumo. O retorno é mais imediato, coisa de aproximadamente meio ano”, diz o Pastor Fuchs. Na região da Baviera e no Oeste da Alemanha, os agricultores já produzem a cerca de 12 anos óleos vegetais para consumo próprio. Quem também participa da reunião na Assesoar é o Presidente da Federação dos Produtores de Óleos Vegetais da Alemanha, Ernst Schrimtss, e o diretor da Ecocitrus, Paulo Lenhardt, de Montenegro-RS. Lenhardt possui uma caminhonete movida a óleo vegetal que resulta das frituras das lanchonetes. A caminhonete S10, cabine dupla, adaptada para óleo vegetal, já tem mais de 50 mil quilômetros rodados e será exibida aos agricultores em Francisco Beltrão.Xisto Agrícola e Óleos Essenciais – Na sexta-feira (dia 12/05), um seminário em Francisco Beltrão discutirá o aproveitamento do xisto agrícola e a extração de óleos essenciais a partir de matérias-primas disponíveis no Sudoeste, com palestra de técnicos da usina de xisto da Petrobrás de São Mateus do Sul e com pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). O seminário reunirá cerca de 100 pessoas e acontecerá também no auditório da Assesoar a partir das 9h.Jornalista: Thea Tavares (MTb 3207-PR) – (41) 9658-7588.Contatos: - Sistema Coopafi – (46) 3524-3997 ou (46) 9104-2266, com José Carlos Farias, e (46) 9975-2170, com Ivo Antônio Vial;- Cooperiguaçu – com o coordenador Olivo Dambrós – (46) 9912-2680 e (46) 3523-1245.

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