Achilles Stenghel

Achilles Stenghel era filho do engenheiro Pedro Stenghel e Albina Mancabelli.
Nasceu no dia 29 de dezembro de 1858, em Trento, na Itália. Seu pai imigrou em 1880 para o Brasil para evitar que seus filhos prestassem serviço militar à Áustria, já que a província de Trento estava sob jurisdição do país austríaco. Com isso, Achilles Stenghel teve que interromper o curso de engenharia na fase final do mesmo.
Ao chegar no Paraná, conseguiu trabalho como desenhista nos serviços de construção da estrada de ferro Curitiba-Paranaguá. Posteriormente exerceu várias funções, inclusive a de chefe do movimento da referida estrada de ferro.
Trabalho nos estudos da linha Porto União-Itararé (1891-1892), ao mesmo tempo em que desempenhou o cargo de deputado estadual; na construção dos prolongamentos da linha Paraná (1892-1895); em 1896 chefiou os estudos da estrada de ferro do Assunguí, cargo que desempenhou até 1898.
Em 1899 a Cia. Dyle & Bacalau conferiu a ele a missão de estudar o tráfego das estradas de ferro Sorocabana a Itaúna; em seguida foi convidado para construir a estrada de ferro São Gabriel-Bagé (RS) e para estudar a linha Passo Fundo-Rio Uruguai, em cujas missões permaneceu de 1900 a 1902; em 1904 fez parte da Comissão Cerjat que, em Buenos Aires, realizou os estudos das novas linhas de bitola estreita do território argentino.
“Tinha o Governo Federal o maior interesse político e, vale dizer estratégico em unir, com a maior urgência possível, os trilhos entre o Paraná e o Rio Grande do Sul, conjuntura forçosa, imperativa, para a vida nacional”.
Para isso, precisava de um engenheiro e homem de pulso. Para isso, foi chamado Achilles Stenghel, que se comprometeu em entregar a obra em tempo recorde, mesmo diante da incredulidade geral.
Vinte meses depois, contando com homens em grande parte recrutado nas penitenciárias do país, e tendo que lidar com assaltos de bandoleiros não somente nos trechos em construção, como nos escritórios, completou a construção de 262 quilômetros de estrada de ferro, estabelecendo o tráfego entre a ponta dos trilhos da barranca do Iguaçu e da barranca do rio Uruguai.
Foi sub-diretor da Cia Brasil Railway, onde permaneceu até 1912.
Foi deputado da Constituinte da Primeira República, mas renunciou ao mandato.
Empreitou a construção do ramal do Paranapanema, que estava paralisada no quilômetro 60.
Em 1923 sofreu um acidente de trabalho durante a reconstrução da ponte sobre o Rio Itararé e acabou demitido do cargo.
“Permaneceu até 1928 sem trabalho, encarou sem medo as dificuldades, enquanto o processo movido contra a Companhia, pela injusta despedida, ia correndo ao sabor das ingerências pessoais dos inimigos gratuitos”.
Em 1928 voltou a trabalhar ativamente como diretor da construção da estrada de ferro Riozinho-Guarapuava, quando foi novamente afastado do cargo por injustiças. Nomeado posteriormente chefe da fiscalização da construção da estrada Oeste do Paraná, posto que ocupava ao deflagrar o movimento revolucionário de 1930.
Aposentou-se após sofrer um problema cerebral, que o tornou inválido.
Para o jornalista Frederico Faria de Oliveira, no dia do falecimento de Achilles Stenghel:
“Pertencendo à equipe galharda dos paranaenses, entre os quais avultou também a figura sobrevalente de um Manoel Schamber, Achilles Stenghel conquistou no Estado as glórias inacessíveis de “primus inter paris” no círculo dos nossos construtores de estradas de ferro, sendo o seu nome nos últimos vinte e cinco anos, a flâmula inatingível de uma geração que se ufanava dos exemplos inesgotáveis de mestre e amigo. A história do Paraná há de lhe fazer justiça um dia, como o maior talvez dentre os que se salientaram nessas arrojadas empreitadas ferroviárias que rasgaram novos céus para o Estado”.
Stenghel morreu no dia 26 de novembro de 1934.


Informações obtidas no livro "130 anos de vida Parlamentar Paranaense", 1954, de Maria Nicolas.

* (As informações contidas no perfil do deputado são de responsabilidade da assessoria do próprio parlamentar)

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