Albino Silva
Albino José da Silva era filho de José Manoel Marques da Silva.
Nasceu no dia 19 de janeiro de 1850, em Paranaguá (PR). Ficou órfão muito cedo e encontrou dificuldades na infância. Mal alfabetizado, abandonou Paranaguá e seguiu para Curitiba. Chegou na capital do Estado sem dinheiro e sem possuir tradição ou nome. Por compreensão de Cândido Lopes, Albino começou a trabalho na oficina do jornal “Dezenove de Dezembro”. Nas horas vagas, Monteiro Tourinho e o fundador do jornal, encontravam Albino rabiscando versos. Os dois nobres encaminharam-lhe as rimas para “Iris Paranaense”. Chegou a aperfeiçoar-se tanto na poesia como na prosa.
Devido ao sofrimento, aos 24 anos se considerava o mais velhos dos velhos. Sendo amanuense (Empregado de repartição pública, encarregado geralmente de fazer cópias, registros e alguma correspondência oficial) de uma secretaria, foi demitido pelo simples fato do partido a que pertencia ter caído.
Na falta de emprego, foi ser professor primário. Nessa época, o cargo de mestre-escola era muito honroso.
Estabeleceu-se em Campo Largo (PR), onde dirigiu uma escola subvencionada e outra particular. Nas horas vagas, era jornalista e advogava de forma provisionada.
Advogou ativamente pela causa do negro. Fundou o “Guaira”, no qual difundia suas avançadas ideias. Em certo artigo publicou “Se é reconhecida a necessidade da criação de escolas, deve ser “ipso-fato”, reconhecida a necessidade de fazê-la ser frequentada”.
“Desde que os poderes públicos têm obrigação de prover de escolas as populações, devem ter o direito de exigir dos pais e tutores, a frequência dos seus filhos e tutelados. A obrigação é recíproca”.
Em 1888 lecionou na Escola Oliveira Belo, em Curitiba.
Vencida a causa dos escravos, tornou-se adepto fervoroso da República. Por conta da propaganda que fazia a favor da república, foi demitido.
Para viver, passou a imprimir cartões de visita e a editar o “Diabinho”, em uma minúscula máquina tipográfica. Ainda em 1888 voltou para Paranaguá. Lá fundou “A Pátria Livre”, onde pregava o regime republicano. No dia 15 de novembro de 1889 instalou-se a República.
No preparo da Constituição estadual, desempenhou papel importante, sobretudo para a educação.
Ao término do mandato, passou ao cargo de delegado literário de ensino. Visitava frequentemente as escolas, estimulando os professores.
Por causa da revolução em defesa da República, chefiada por Custódio José de Mello, ingressou no Exército. Por atos de bravura chegou a capitão. “Viva a República” era o brado com que animava e incitava seus combatentes à vitória. Após o fim da luta, estabeleceu-se em Itararé como comerciante, mas logo teve de fechar as portas devido a débitos.
Faleceu em Curitiba no dia 24 de junho de 1905.


Informações obtidas no livro "130 anos de vida Parlamentar Paranaense", 1954, de Maria Nicolas.

* (As informações contidas no perfil do deputado são de responsabilidade da assessoria do próprio parlamentar)

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