Deputado faz campanha contra a exploração do gás de xisto por meio do fraturamento hidráulico de rochas

Com o objetivo de ampliar o movimento de combate à exploração do gás de xisto por meio do fraturamento hidráulico das rochas – método chamado de "fracking" – nos municípios das regiões Oeste, Sudoeste e Noroeste do Paraná, o deputado Rasca Rodrigues (PV) enviou nesta semana um “kit antifracking” a mais de mil vereadores e prefeitos dos 123 municípios paranaenses afetados pela 12ª Rodada de Licitações da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
A ideia de Rasca é conscientizar os gestores sobre a importância de se aumentar o alcance da proibição do fracking por meio da criação de legislações municipais semelhantes ao seu projeto de lei 482/2015, que visa proibir a prática em todo o Paraná. Para tanto, o deputado envia no kit um modelo de projeto para que as lideranças locais possam iniciar o combate ao fracking nas câmaras municipais. “É preciso que cada um dos 123 municípios crie uma frente para impedir o avanço desta bomba atômica que é o fracking. Hoje, apenas cinco municípios possuem leis municipais prevendo a proibição. Estamos estimulando novas iniciativas e, com isso, a própria conscientização sobre este método”, explicou Rasca, que coordena a Frente Parlamentar Ambientalista da Assembleia Legislativa.
O risco do avanço do fracking no Paraná e no Brasil se intensificou nos últimos dias com o anúncio da Agência Nacional do Petróleo (ANP) de que realizará, em outubro, uma nova rodada de licitações (13ª rodada). Nela, mais 22 municípios paranaenses, entre eles Guarapuava, devem ser afetados com a exploração de gás exclusivamente pelo método não-convencional. Com isso, o número de municípios a serem afetados pelo fracking chega a 145. Segundo dados da Coesus, os municípios de Palmital e Mato Rico (Centro-Oeste), por exemplo, terão 100% do seu território impactado pela exploração. Estudos apontam que o alcance da contaminação chega a 800 quilômetros do entorno do poço perfurado com o fracking.
Entenda o fracking– O processo de fraturamento hidráulico (conhecido como fracking) é uma tecnologia desenvolvida para extração de gás de folhelho de xisto em camadas ultra profundas. O método consiste na perfuração do solo, por meio de uma tubulação, por onde são injetados de 7 a 15 milhões de litros de água e mais de 600 produtos químicos. A grande quantidade de água é usada para explosão das rochas, e os químicos, para mantê-las abertas para passagem do gás. Além da alta contaminação subterrânea, cerca de 15% da água poluída com os resíduos tóxicos retorna à superfície, sendo armazenada em “piscinões” a céu aberto.