FOTOS: Curitiba, 23/01/2006 - Deputado André Vargas, presidente estadual do PT, acompanhado do presidente estadual do PPS, Rubens Bueno, em audiência com o Procurador Geral da Justiça em exercício, Luiz Eduardo RoncaglioFoto: Jorge Eder/Agência F.JANDRÉ VARGAS: O PARANÁ NÃO PODE SER TERRA DE NINGUÉMO deputado estadual André Vargas (PT) esteve reunido ontem com o Sub Procurador Geral de Justiça, Luiz Eduardo Roncaglio. Na oportunidade, encaminhou à Procuradoria uma completa documentação de três casos envolvendo crimes com motivação política. Vargas pediu a colaboração do Ministério Público na apuração dos crimes ocorridos em Ivaiporã, Imbituva e Reserva.Em Imbituva, o líder comunitário e presidente do PT, Oscar Fachini, que vinha fazendo denúncias contra políticos locais e dirigentes sindicais do setor madeireiro, foi assassinado a tiros em frente à sua casa no dia 5 de julho de 2002. Diante da intervenção política do Diretório Estadual do PT e de vários deputados do partido, as investigações tiveram iniciais foramacompanhadas pela PIC, resultando na prisão de quatro suspeitos: Laureci Stadler, João Adriel Teixeira, Adenilson Stadler e Miguel Ademar Pinheiro, este último, solto posteriormente. No ano passado, os réus apresentaram recurso na 2ª Câmara Criminal. As investigações foram suspensas sem os trâmites necessários para chegar ao nome dos mandantes do assassinato.Em Ivaiporã, o crime ocorreu em setembro de 2004. Há dez dias das eleições, o militante petista Julião Aparecido dos Santos, o "Picapau", encontrava-se em seu estabelecimento comercial quando o ex-prefeito Pedro Papin (PSDB)iniciou uma discussão, na presença de integrantes do PMDB que acompanharam toda a troca de ofensas e teriam planejado o crime, na expectativa de que a suspeita recaísse sobre o ex-prefeito. Os assassinos foram presos em imediato e após investigação, chegou-se ao nome do presidente da Câmara, vereador Antonio Vila Real (PMDB). Após uma busca em sua residência, determinada pelo MP, onde foram encontradas armas de fogo e munição, Vila Real foi preso. Após 5 dias, foi solto.O crime mais recente ocorreu na semana passada em Reserva. No domingo, dia 15 de janeiro, o presidente do PC do B do município de Reserva, Nelson Renato Vosniak, foi assassinado pelo presidente da Câmara Municipal, Flávio Hornug Neto (PMDB), sobrinho do prefeito Frederico Bittencourt (PMDB). O vereador apresentou-se como autor do crime, mas foi liberado pelo delegado, por não ser caracterizada a situação como flagrante. O Delegado Wallace de Oliveira Brito pediu prisão preventiva, que foi concedida e aguardando cumprimento, em decorrência da impossibilidade de localizar o réu, queencontra-se foragido. O inquérito policial está na fase de inquirição de testemunhas, restando apenas o depoimento do jornalista Giovani Pinto que o acompanhava e também foi baleado.Após a entrega da documentação, a Procuradoria comprometeu-se a aprofundar-se no assunto, no sentido de estudar medidas que priorizem o empenho do MP no aspecto funcional, para evitar a impunidade e a constante prática de crimes com caráter político. Roncaglio foi veemente em afirmar que o MP não vai apenas estudar, mas também apresentar medidas eficazes que permitam a solucionar os casos e evitar que a autoria de crimes de natureza política se cubram com o manto da impunidade. Para o deputado André Vargas, a impunidade incentiva a realização de crimes políticos. "Normalmente, quemmorre é quem propõe mudanças na política. O Paraná não pode ser "Terra de Ninguém", declarou. Assessoria de Imprensa Deputado André Vargas Edson Júnior 3350-4053/8411-2799