Após tragédia de Minas Gerais, parlamentares debatem a situação das barragens do Paraná

12/03/2019 15h57 | por Cláudia Ribeiro
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 (começa com sobe som da moça cantando))

Canção de protesto e faixas com palavras de ordem contra privatizações marcaram a audiência pública que tratou da situação dos atingidos por barragens no Paraná, na manhã desta terça-feira (12), no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). A iniciativa foi do deputado Professor Lemos (PT), mas outros oito parlamentares também apoiaram o debate, inspirado pelas tragédias de Mariana em 2015 e a mais recente, de Brumadinho, ambas no estado de Minas Gerais. Tadeu Veneri (PT) que presidiu a mesa; Luciana Rafagnin (PT), Anibelli Neto (MDB), que preside a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Casa, Arilson Chiorato (PT), Nélson Luersen (PDT), Tercílio Turini (PPS), Márcio Pacheco (PDT), Requião Filho (MDB) e Goura (PDT), presidente da Comissão de Ecologia, Meio Ambiente e Proteção aos Animais.

 Entre as pautas, estavam a proteção aos atingidos, o retorno econômico justo às famílias que vivem nas áreas onde as barragens são construídas, os fatores ecológicos e sociais e a fiscalização. Goura diz que, desde o início do mandato, está propondo o fortalecimento das políticas ambientais no estado.

(sonora)

Na plateia, nas discussões e na Mesa, convidados como o representante da Ministério Público do Paraná, procurador Olímpio de Sá Sotto Maior Neto, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Sustentável e Turismo (SEDEST), Rasca Rodrigues, que representou o secretário Márcio Nunes, do Movimento dos Atingidos Por barragens (MAB), do Movimento Intersindical dos Eletricitários do Sul (Intersul), e de famílias que vivem nas regiões afetadas. Caso de Alex Maleski. Ele mora em Capanema, no Sudoeste do Paraná, teve a propriedade inundada para a construção da Usina do Baixo Iguaçu e afirma que não recebeu a indenização devida pela área atingida.

(sonora)

 Com características diferentes das barragens mineiras, que armazenam rejeitos de minério de ferro, no Paraná, as cerca de 450 barragens, entre Centrais Geradoras (CGs), Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e as Bacias de grande porte, armazenam água e rejeitos industriais para geração de energia. O Relatório de Segurança de Barragens de novembro do ano passado da Agência Nacional de Águas (ANA), referente a 2017, apontou que 11 barragens são classificadas como de alto risco no estado.  30 de médio risco e 63 de baixo risco. Essas categorias referem-se a aspectos da própria barragem que possam influenciar na possibilidade de ocorrência de acidentes, como a condição da estrutura.  Sete das classificadas como de alto risco ainda apresentam um Dano Potencial Associado (DPA) considerado alto, que significa o dano causado em caso de acidente ou rompimento. O caso mais grave é o da Represa Canteri, em Imbituva, na região Centro-Sul do estado, O nível de perigo dessa barragem é classificado como “demandando atenção das autoridades”.  

Durante a audiência, o representante do movimento Intersindical dos Eletricitários do Sul (Intersul), Sérgio Viera da Fonseca, alertou para asituação de outra bacia: a do Rio Iguaçu, que conta com dois rios com aproveitamento hidráulico: o Jordão, com duas usinas e o Iguaçu, com seis. Segredo é uma delas.  Nesse caso, de acordo com o palestrante, se o volume de água se rompesse, outras usinas seriam atingidas. Para Fonseca, o nível de água armazenado nos reservatórios é infinitamente maior que o de minério de rejeitos em Brumadinho. Só os da Bacia do Rio Iguaçu, chegam a até dez vezes mais. Ele avaliou que os reservatórios são seguros, já que foram projetados, mas alega que o risco é iminente, por conta da forma de manutenção e operação destes reservatórios, justamente o fator que levou às tragédias de Mariana e Brumadinho.

 Na opinião de Maristela da Costa Leite, coordenadora do MAB no Paraná, a água é um combustível valioso e manter os reservatórios com altos volumes significa dinheiro no caixa das empresas. A principal preocupação do MAB, por exemplo, é o fato de as empresas tratarem a água e energia como mercadorias.

.(sonora)

Mas Maristela lembra que, enquanto a solução não chega para as famílias que já tiveram os direitos violados, como a de Alex Maleski, audiências como a que acontece na Assembleia são bem-vindas e podem apontar caminhos para a questão das barragens no estado.

(Volta sonora))

Ao fim da audiência, o proponente, Professor Lemos  disse que o Governo já sinalizou de forma positiva  de adotar medidas com relação à segurança nas barragens e na intermediação com as empresas para que as famílias afetadas não sejam ainda mais prejudicadas.

(Sonora)

 

 

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