Artigo - Dep. Péricles de Mello

14/02/2008 10h16 | por ARTIGO DE RESPONSABILIDADE DO DEPUTADO PÉRICLES DE MELLO / 41 3350-4081
Péricles de Mello* No dia 10 de fevereiro de 1980, no Colégio Sion, em São Paulo, um sentimento unia os militantes vindos de praticamente todos os estados brasileiros: a convicção de que estava sendo escrita uma nova página da História, com o nascimento de um partido diferente, que rompia com os modelos dominantes da política do nosso país. Esse partido era o PT. Como delegado presente a esse encontro, pude testemunhar o que havia ali de singular: militantes egressos das organizações de esquerda, das comunidades eclesiais de base, das universidades, das fábricas, do campo, todos à procura de um novo caminho e de um novo partido. Porém, havia mais: tendo na sua origem as históricas greves operárias do ABC, em 1978 e 1979, o PT nascia num momento que exigia definições claras e ousadas. Vivíamos em plena ditadura militar e em plena vigência do chamado “socialismo real”, embora ambos já em crise. O PT soube entender essa realidade e desde o início afirmou-se como um partido radicalmente democrático, cuja concepção de socialismo, coerentemente, bania todo autoritarismo e o dogma do partido único. Nesses 28 anos, a trajetória do PT é conhecida: nosso partido construiu-se, por um lado, na luta institucional, disputando eleições, administrando prefeituras e governos estaduais, inovando nas políticas implementadas, e ocupando espaços cada vez maiores e mais destacados nos parlamentos; por outro lado, o PT teve uma intervenção decisiva nos movimentos sociais, com um papel central na edificação de um novo sindicalismo, na criação de associações de bairro, entidades estudantis, movimentos de juventude, mulheres, negros, e em todos os momentos em que foram se solidificando a democracia e o sentido de cidadania no Brasil. Posso, com tranqüilidade, dar o exemplo de Ponta Grossa: em nossa cidade, o PT nasceu com o esforço conjunto de militantes da universidade, das vilas e dos sindicatos. Mais de 30% das associações de moradores da cidade foram criadas com a ajuda do PT. Com a eleição de uma nova diretoria no Sindicato dos Metalúrgicos, demos início a um novo tipo de sindicalismo. A mesma coisa se deu com o incentivo à criação de entidades estudantis. Os sucessos nas eleições para a Câmara dos Vereadores e, depois, para a própria Prefeitura, um papel que tive a honra de desempenhar, foram decorrências dessa política. Nesse período, vários projetos de resgate da identidade local, de construção de uma cidade mais democrática e ações que atenderam demandas sociais prioritárias promovendo os interesses da maioria da população puderam ser desenvolvidos. Hoje, o PT encontra-se diante de novos e maiúsculos desafios: há cinco anos ocupando a Presidência da República, tendo no cargo sua figura maior, o presidente Lula, o PT empenha-se em mudar a face do país, no combate à fome, à miséria e às desigualdades; na ampliação e melhoria dos serviços sociais; na geração de empregos e aumento da renda dos trabalhadores; nas oportunidades de acesso ao ensino superior; na transparência administrativa; na recuperação da capacidade produtiva; e na ascensão do Brasil a um novo e soberano papel no cenário internacional. Houve sérios percalços nesse caminho, e o PT empenha-se hoje em corrigir os erros cometidos. Ao eleger o presidente da República, o PT cometeu o erro básico de atrelar-se à administração, com o conseqüente enfraquecimento do partido; em segundo lugar, num certo momento o PT rendeu-se a práticas tradicionais, mas nem por isso menos condenáveis, da política brasileira. Fazer o correto balanço desses erros é uma exigência do momento e uma satisfação que o PT deve a todos aqueles que no partido depositaram suas esperanças. No entanto, olhando para os 28 anos de luta e para as transformações profundas que aconteceram na sociedade brasileira, nesse período, destaca-se a presença marcante do PT e a sua fórmula de fazer política. Com apoio das camadas populares o partido se solidificou rompendo paradigmas. Parabéns, PT! *Péricles de Mello é deputado estadual (PT), presidente da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa e ex-prefeito de Ponta Grossa

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