09/03/2009 19h47 | por Flávia Prazeres - Assessoria de Imprensa da Alep/(41)3350-4188
O Dia Internacional da Mulher, comemorado neste domingo, 8 de março, foi o tema que levou as quatro deputadas estaduais, que compõem o Legislativo Paranaense, à tribuna na tarde desta segunda-feira (09).A deputada Beti Pavin (PMDB) lembrou que a data comemorada atualmente, teve inicio com um episódio trágico ocorrido em 1857, na qual 129 tecelãs morreram carbonizadas dentro de uma fábrica nos Estados Unidos (EUA). Naquela ocasião, as trabalhadoras reivindicavam melhores condições de trabalho e foram violentamente reprimidas.Para a deputada, a data neste ano teve um apelo especial, porque a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou uma campanha para que seja combatida a discriminação e a rejeição à violência de gênero, que segundo levantamento feito por alguns paises afeta uma em cada três mulheres. “A violência do gênero é um ataque contra todos nós, contra os alicerces de nossa civilização”, reiterou.Neste ano, o combate à violência contra a mulher também tem sido uma bandeira levantada e defendida pelas corporações de defesa dos direitos humanos. Entretanto, na avaliação da deputada mesmo com legislações pertinentes, como a Lei Maria da Penha, que pune rigorosamente os agressores, a violência praticada contra a mulher ainda alcança índices alarmantes.“Atualmente, 70% da população mais pobre do Brasil é composta por mulheres, o que demonstra o tanto que ainda temos que avançar em prol do desenvolvimento econômico do segmento feminino. O País ocupa a 82ª colocação no ranking da desigualdade entre os sexos, ficando a frente até mesmo de paises como a Arábia Saudita e Filipinas”, ressaltou a deputada.Já a deputada Luciana Rafagnin (PT) destacou alguns dos avanços conquistados pelas mulheres em diversos setores da sociedade e pelas lutas travadas em diversos campos, seja na atuação junto ao mercado de trabalho ou na área social. Porém, na avaliação da deputada a atuação da mulher na política ainda é muito restrita. “Nesta Casa de 54 parlamentares, apenas quatro mulheres. Se olharmos para o Paraná, os 399 municípios, apenas 31 mulheres são prefeitas. No federal, há só 45 deputadas federais num universo de 513 homens. E o Paraná não tem nenhuma mulher como deputada federal”, advertiu. A deputada Rosane Ferreira (PV) prestou uma homenagem especial às donas de casa e enfatizou a importância destas mulheres na constituição familiar, sobretudo na educação dos filhos. Portanto, para a deputada o trabalho das mulheres do lar é de suma importância é precisa contar com o apoio total e irrestrito do homem, “uma vez que a família é a base de sustentação da sociedade”, completa.Na seqüência, a deputada Cida Borghetti (PP), fez uma reflexão sobre as conquistas feitas pela mulher não só na política, mas também como profissionais liberais, donas de casa e militantes. Ela lembrou ainda que a data comemorativa foi instituída no ano de 1910 na Dinamarca durante a realização de uma conferência internacional socialista, reverenciando a coragem das mulheres carbonizadas na fábrica dos EUA. Porém, a data foi oficializada pela ONU em 1975.A parlamentar recordou ainda algumas das conquistas em prol das mulheres, citando o disque 180, uma central telefônica que atende mulheres vítimas de violência, principalmente a doméstica. Ela falou ainda sobre projeto de lei que tramita na Assembléia, no qual estabelece a criação da semana de orientação contra a gravidez precoce na adolescência.DADOS – No Poder Executivo há duas ministras; três governadoras e 502 prefeitas. Enquanto que no Legislativo, 11 senadoras (13,5%); 45 deputadas federais (8,77%); 123 deputadas estaduais e distritais e 6.498 vereadoras. No Poder Judiciário há nove ministras. Aqui no Paraná, o quadro feminino é composto por quatro deputadas estaduais; 31 prefeitas e 424 vereadoras.Dentre as principais conquistas dos movimentos femininos destaque para a Lei Maria da Penha nº 11.340 de 2006; licença-maternidade ampliada de 120 para 180 dias e a aposentadoria das agricultoras. Mas, para a deputada Luciana Rafagnin, há alguns desafios para serem transpostos, entre eles, aposentadoria da dona-de-casa; aumento de vagas para crianças nas creches; melhorias no setor da saúde; ampliação do número de casas-abrigo, centro de referencias no combate a violência contra a mulher e o acesso à terra e a educação inclusiva.