Na primeira reunião extraordinária do ano, a comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Ney Leprevost (PP), teve como palestrante o médico e mestre em Política, Planejamento e Administração da Saúde, Marcelo Condensey. A intenção era esclarecer aos deputados o conceito de Promoção de Saúde e conseguir que o tema assuma posição de destaque na agenda política. De acordo com Leprevost, a idéia para ampliar o debate sobre a questão é realizar audiências públicas nas 22 regionais de saúde do Estado. “Nosso intuito não é apenas levar as pessoas da Secretaria de Saúde para orientar a população sobre como ter acesso aos serviços públicos de saúde, mas também levar aos municípios de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), palestras sobre medicina preventiva, com médicos de diversas especialidades”, diz. Para Condensey, é preciso que a noção de Promoção de Saúde – que concentra atenções na medicina preventiva, de atendimento básico - fomente atitudes saudáveis tanto no campo individual, quanto no coletivo. Ele explica que atualmente o sistema de saúde é marcado por uma forte dimensão assistencial, composta por múltiplas unidades ambulatoriais de especialidade e por grandes hospitais. “Para adequar esse modelo seria preciso que houvesse equilíbrio entre a Promoção de Saúde e a dimensão assistencial, critério importante para a realização do Princípio da Integralidade, previsto na Lei 8080/90, que estabelece o SUS e que significa justamente a integração dos diferentes níveis de assistência de uma maneira hierarquizada e racionalizada”, explica. De acordo com o médico, a importância que é dada ao atendimento na saúde atual, pode ser expressa por uma pirâmide invertida, onde se concentra menos atenção no atendimento básico e mais nos 2° e 3° níveis, compostos pelas dimensões de especialidade. “Pelos critérios de Promoção de Saúde seria preciso colocar esta pirâmide no lugar, ou seja, prevenir as doenças na base da pirâmide, já no atendimento em 1° grau”, afirma Condensey.