A Assembleia Legislativa realiza nesta quarta-feira (11), a partir das 9 horas, no seu Plenarinho, audiência pública para debater a realidade indígena do Paraná. O evento conta com o apoio da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpin-Sul); das comissões técnicas permanentes da Cultura, de Direitos Humanos e de Ecologia e Meio Ambiente; e da Frente Parlamentar Ambientalista. “O índio sofreu um verdadeiro genocídio na nossa história e ainda sofre todas as consequências desse processo. A preservação do seu modo de vida e seus costumes, sem perder sua identidade cultural, também tem profunda ligação com o meio ambiente e os direitos humanos”, destaca o deputado Péricles de Mello (PT), presidente da Comissão de Cultura da Assembleia.

Para o representante da Arpin-Sul, Lucas Cabaña, a audiência representa um marco para o Paraná. “É importante dialogar e mostrar para a sociedade civil que a questão indígena está há muito tempo inviabilizada no sul do Brasil. A audiência permite levarmos esse debate adiante”, destaca. Além da preservação da cultura dos povos, a regularização fundiária das terras onde vivem estará na pauta de discussões.

De acordo com o Instituto de Terras, Cartografia e Geociências (ITCG), o mapa das terras indígenas no Paraná possui 22 áreas demarcadas, além de incluir oito áreas indígenas não-demarcadas e seis territórios ocupados por famílias dispersas. Ao todo, as áreas indígenas totalizam quase 90 mil hectares – o que representa 0,5% do território paranaense. A Secretaria de Estado da Educação aponta que existem aproximadamente 9.015 indígenas, em 17 reservas, abrigando as etnias Kaingang, Guarani e 6 remanescentes do povo Xetá.